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Entenda por que a indicação de Augusto Aras para PGR gerou polêmica

Indicação quebra tradição de 2003. Os últimos cinco procuradores constavam na lista tríplice da ANPR. Opiniões dele também recebem críticas

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1 de 1 38856410791_fec95b4060_o - Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

A indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) do subprocurador Augusto Aras para o cargo de Procurador-Geral da República (PGR) movimentou o mundo político. Após semanas de indecisão e quebras de protocolo, o substituto de Raquel Dodge, que fica no cargo até setembro, foi anunciado.

Aras foi elogiado pela Associação dos Servidores do Ministério Público Federal (ASMPF), mas criticado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). As opiniões dele também chamaram a atenção.

A polêmica começou com o próprio presidente. Jair Bolsonaro vinha manifestando, desde o início do processo, a vontade de indicar alguém de fora da lista tríplice, definida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). No final das contas, o presidente quebrou a tradição de escolher um dos membros presentes na seleção interna dos procuradores, iniciada em 2003.

O subprocurador-geral Augusto Aras não constava entre os três nomes escolhidos pela categoria, mas constava em uma outra lista, feita pela ASMPF. A entidade, após votação dos filiados, escolheu cinco procuradores como sugestão à chefia da PGR.

Para a ANPR, a escolha de Aras para assumir o lugar de Raquel Dodge “menospreza o princípio da transparência” e é “o maior retrocesso institucional em 20 anos”.

Nos bastidores, a categoria reclama que o subprocurador não tem qualquer liderança sobre o MPF. Os investigadores acredita que ele não concorreu à lista porque não teria qualquer chance.

Aras trilhou um caminho externo. Passou a divulgar ideias semelhantes às do governo e caiu nas graças do Palácio do Planalto. Ele teve o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura.

Por outro lado, a escolha do novo PGR deixou os bolsonaristas surpresos, principalmente aqueles das alas mais radicais. Isso porque Aras, em mais de uma ocasião no passado, fez referências ao revolucionário argentino Ernesto Che Guevara, símbolo da Revolução Cubana, de forma positiva.

Além disso, ele recebeu em sua casa a festa de lançamento do livro do ex-deputado do Partido dos Trabalhadores Emiliano José, ex-preso político durante a ditadura militar.

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