metropoles.com

Entenda estratégicas políticas nas escolhas para os GTs da tributária

Presidente da Câmara deu às maiores bancadas o grupo principal e não definiu um relator com objetivo de acelerar discussão da tributária

atualizado

Compartilhar notícia

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Foto colorida do Plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do Plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criou nesta semana dois grupos de trabalho (GTs) para regulamentação da reforma tributária, a fim de avançar com a discussão de forma célere e aprovar as leis que vão regular o novo sistema tributário.

Os GTs serão compostos por sete deputados cada e terão 60 dias para elaborar os relatórios, com a possibilidade de prorrogação pelo presidente da Casa.

Um grupo vai discutir o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que institui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS). Esse projeto foi entregue pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pessoalmente a Lira em 24 de abril. 

Vão compor esse GT os seguintes deputados:

  • Claudio Cajado (PP-BA);
  • Reginaldo Lopes (PT-MG);
  • Hildo Rocha (MDB-MA;
  • Joaquim Passarinho (PL-PA);
  • Augusto Coutinho (Republicanos-PE);
  • Moses Rodrigues (União Brasil-CE);
  • Luiz Gastão (PSD-CE).

Este grupo é considerado o principal, porque vai discutir as partes mais importantes da regulamentação, entre elas, a alíquota geral. Lira distribuiu as sete vagas do GT para os sete maiores partidos da Câmara.

Juntas, as siglas representam 414 deputados, considerando o PL, que sozinho tem 95 parlamentares.

Por ser oposição, a legenda deve ter a maioria dos votos contrários aos projetos. Mesmo assim, com os demais partidos com a maioria de favoráveis, há margem confortável de mais de 300 congressistas para aprovar os textos.

Além disso, ao não escolher um único relator, o presidente da Casa deixou o trabalho dividido e o lobby das empresas também, fazendo com que se diluam os pedidos das empresas, setores e segmentos da sociedade em torno do grupo e não só em um deputado.

Com a divisão, cada um dos sete membros terá o desafio de analisar o que lhe for designado e buscar votos de sua bancada a favor do projeto. Na avaliação da cúpula da Câmara, sete parlamentares dividindo o trabalho serão mais rápidos do que um ao abranger tudo, e isso daria agilidade para aprovar as propostas.

2º grupo com partidos menores

Com 14 integrantes, os grupos deram representatividade para todos os partidos e federações da Câmara. O segundo grupo de trabalho será formado pelas siglas menores.

Este GT vai tratar de temas relativos ao Comitê Gestor e à distribuição da receita do IBS, debatendo a proposta sobre a parte federativa. Esse projeto ainda não chegou à Câmara e deve ser enviado pela Fazenda nos próximos dias.

Vão compor o grupo de trabalho os seguintes congressistas:

  • Vitor Lippi (PSDB-SP);
  • Pedro Campos (PSB-PE);
  • Mauro Benevides Filho (PDT-CE);
  • Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR);
  • Ivan Valente (Psol-SP);
  • Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ);
  • Bruno Farias (Avante-MG).

Plano de aprovar tudo até julho

O presidente da Câmara segue com o plano de entregar a aprovação dos projetos da regulamentação da tributária até julho. O prazo começa a ficar apertado, já que em junho os deputados costumam viajar para festas de São João no Nordeste e também intensificar as pré-campanhas para as eleições municipais.

As estratégias políticas desenhadas para diluir as pressões dos empresários, setores e da sociedade sobre os textos e dar agilidade ao andamento das propostas pode ter o efeito desejado por Lira, e assim o prazo ser cumprido.

Na quarta-feira (22/5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que a regulamentação da reforma tributária tem data para ser aprovada na Casa: 8 de julho. Segundo o ministro, o prazo é “totalmente factível”.

“Prazo totalmente factível. Por quê? Porque a lei complementar não pode alterar a Constituição. A Constituição já recebeu os parâmetros do que será a reforma tributária. E, com as pessoas qualificadas designadas, eu não tenho dúvidas”, declarou Haddad no colegiado.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?