Entenda como o vulcão em Tonga deixou o céu rosado no RJ e em SP
Partículas da erupção se deslocaram até a América do Sul. Quando o sol está baixo, as ‘plumas’ iluminadas dão tom ao céu carioca e paulista
atualizado
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Rio de Janeiro – Uma erupção devastadora na ilha de Tonga, na Oceania, causou um fenômeno inusitado no céu do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nos últimos três dias, as duas capitais apresentaram céu rosado no fim da tarde e no início da manhã.
O vulcão submarino Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai explodiu em 15 de janeiro. As plumas provenientes da explosão “viajaram” pelo Pacífico Sul e, depois, chegaram ao sudeste brasileiro.
Dez dias após a ocorrência, os efeitos das nuvens de dejetos expelidas para a atmosfera foram vistas pela primeira vez em São Paulo.
Com um céu em tons de rosa e roxo, os espectadores puderam apreciar as belas cores a partir do último dia 26. Na manhã desta sexta-feira (28/1), o fenômeno pôde ser visto também no Rio de Janeiro.
Céu cor de rosa. 6k tranx hoje. pic.twitter.com/HJPiYxAwtT
— Alexandre Roxo (@alexandreroxo) January 28, 2022
Em entrevista ao Clima Tempo, a professora e pesquisadora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, Marcia Yamasoe explica os efeitos desse fenômeno.
“Imagens da Nasa mostram a evolução da pluma [decorrente da explosão] se deslocando de lá e chegando aqui”, afirma. “A erupção desse vulcão foi bastante intensa e lançou material na estratosfera, acima de 15km, e lá é muito fácil que o material se desloque por distâncias maiores”, explica.
Fenômeno permanece
De acordo com a especialista, a pluma chegou a 31 km de altura, e devido a proporção da explosão, o fenômeno deve durar mais alguns dias. A cor deve-se a uma combinação de fatores, como gases lançados na atmosfera e a irradiação solar.
As consequências dessa forte erupção também foram sentidas por outros locais, como, por exemplo, o Peru, que tem um derramamento de óleo em decorrência da onda de choque gerada.