metropoles.com

Entenda como horário de verão pode ajudar a lidar com impactos da seca

Membros do governo federal começaram a cogitar a retomada do horário de verão para conter os impactos energéticos causados pela seca no país

atualizado

Compartilhar notícia

IGO ESTRELA/METRÓPOLES @igoestrela
calor
1 de 1 calor - Foto: <p>IGO ESTRELA/METRÓPOLES<br /> @igoestrela</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

Extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) desde abril de 2019, o horário de verão é cogitado como “uma boa alternativa” por integrantes do primeiro escalão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar amenizar os efeitos da seca que pressiona o setor energético do país.

A jornalistas, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmim (PSB), reforçou, nessa quarta-feira (11/9), que “não vai faltar energia, mas nós precisamos todos ajudar”.

“Horário de verão pode ser uma boa alternativa para poupar energia. Campanha para economizar energia [é outra alternativa], procurar desperdício. Ajuda também. Têm várias alternativas”, disse Alckmin a jornalistas no Palácio do Planalto.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adotou um tom mais cauteloso e disse que os estudos sobre a volta do horário de verão no Brasil levam em conta o “momento crítico” atual com a seca e a onda de queimadas que atingem o país.

“Estamos em uma fase de avaliação ou não do horário de verão”, afirmou o ministro após participação em evento sobre gás natural em Brasília (DF). Ele ainda reforçou que não há uma decisão por parte do governo sobre a volta da medida.

Segundo Silveira, o retorno pode trazer robustez ao sistema, que precisa recorrer mais às termoelétricas, especialmente ao fim dos dias. “Nós estamos vivendo um momento realmente crítico, que é o momento do despacho das térmicas de ponta”.

Mas, caso o governo federal opte pela retomada do horário de verão, como ele pode ajudar a lidar com os impactos na geração de energia provocados pela estiagem?

Medida pode ser uma “aliada”

O Metrópoles conversou com especialistas que dizem acreditar que a volta do horário de verão pode ser um aliado, ao oferecer ganho na produção energética, mas que a curto prazo não será a solução para o período de seca extrema do país.

Para Marcus Nakagawa, professor e coordenador do Centro de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS), da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), uma eventual volta do horário de verão pode ajudar na redução de impactos causados pela estiagem, mas “não será a solução em si”.

“É um movimento com certeza importante, o horário de verão, porém paliativo, uma vez que isso agora [o período de seca], a cada ano, como já mostram os climatologistas e os estudiosos, vai acontecer sempre”, explica Nakagawa.

Na mesma linha, Diogo Lisbona, pesquisador do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura, da Fundação Getulio Vargas (FGV CERI), acredita que seja necessário reavaliar se há alguma contribuição com o retorno do horário de verão.

“É preciso estudar de fato se, quem sabe, o retorno do horário de verão pode vir a ser um aliado. Mas, assim, no curtíssimo prazo, não vai ser isso que vai fazer a diferença”, acredita Lisbona.

5 imagens
Fumaça encobre céu de Brasília
Fumaça em Brasília (DF)
1 de 5

Fumaça no centro de Brasília

Michael Melo/Metrópoles
2 de 5

Fumaça encobre céu de Brasília

Michael Melo/Metrópoles
3 de 5

Michael Melo/Metrópoles
4 de 5

Michael Melo/Metrópoles
5 de 5

Fumaça em Brasília (DF)

Michael Melo/Metrópoles

Horário de verão pode aliviar conta de energia?

O horário de verão pode retornar durante a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o mês de setembro. Isso resultará em um acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 quilowatt-hora consumidos

Um dos principais objetivos do horário de verão era economizar energia com mais tempo de luz solar, reduzindo o uso de lâmpadas, chuveiros e outros aparelhos elétricos no fim do dia.

Mesmo oferecendo um ganho energético, o pesquisador da FGV CERI afirma que “dificilmente” a retomada da medida fará diferença em um alívio nas contas.

“O ponto é o seguinte, a bandeira tarifária depende muito das condições da geração. Ela é uma bandeira que está avisando para o consumidor: ‘Olha, a sua conta vai aumentar um pouco agora porque a nossa geração ficou mais cara'”, pontua.

Segundo ele, a tendência é que a bandeira tarifária continue vermelha “pelas condições atuais”. “São medidas, digamos assim, adicionais, que podem ter um efeito mais diminuto. Se tiver algum efeito, terá efeito mais restrito. Vai ser isso que vai fazer a diferença”, finaliza.

Saiba como economizar energia

  • Retire aparelhos em “modo de espera” da tomada;
  • Tome duchas quentes mais rápidas;
  • Compre aparelhos elétricos com Selo Procel, mais eficiente energeticamente;
  • Aproveite a iluminação natural;
  • Troque as lâmpadas por modelos de LED;
  • Otimize o uso do ar condicionado;
  • Regule a geladeira.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?