Entenda como hackers invadiram o celular de Moro, segundo o MP
Para invadir o aparelho, os suspeitos teriam utilizado uma falha comum a todas as operadoras
atualizado
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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os suspeitos de invadirem o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro, teriam se valido da “vulnerabilidade da rede” para ter acesso ao aparelho telefônico e clonarem os números das vítimas.
“As chamadas em que o número de origem é igual ao número de destino são direcionadas diretamente para a caixa postal, sem necessidade de inserção de senha para acesso ao conteúdo gravado”, explica Wellington Divino Marques de Oliveira, procurador da República, em despacho.
Conhecendo a falha, os criminosos utilizaram um programa que permite a edição do número que efetua a ligação, burlando o sistema de identificação de chamadas.
Os suspeitos teriam comprado a tecnologia da empresa BRVoz, segundo as investigações. “Assim, é possível utilizar computador, celular ou mesmo um telefone convencional para fazer ligação “, detalha o procurador. Os clientes da BRVoz devem pagar um plano por meio de boleto bancário.
Foi pelos dados da BRVoz que os investigadores da Polícia Federal chegaram às identidades dos quatro suspeitos, após diligências. Eles utilizaram os endereços disponibilizados para identificá-los.
Gustavo Henrique Elias Santos utilizou o nome da mãe, Marta Maria Elias, para se cadastrar na empresa que vende o programa usado na invasão de celulares. Descobriu-se também que Suelen Priscila de Oliveira é namorada de Gustavo.
Gustavo e Suelen terão as contas bancárias investigadas por movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 600 mil. A renda mensal de cada um é inferior a R$ 3 mil.
O MPF pediu prisão temporária, busca e apreensão, quebra de sigilo de e-mail e bancário, e bloqueio de bens dos suspeitos. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, acatou o pedido nesta quarta-feira (24/07/2019).