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“Engajada com bandidos”: desembargadora é julgada por atacar Marielle

Desembargadora Marília de Castro Naves Vieira, do TJRJ, passa por julgamento administrativo por ter atacado Marielle Franco em 2018

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Foto colorida da desembargadora Marilia de Castro Neves - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida da desembargadora Marilia de Castro Neves - Metrópoles - Foto: Reprodução/Facebook

A desembargadora Marília de Castro Naves Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) é julgada, nesta terça-feira (21/5), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por ter atacado a vereadora Marielle Franco (PSol), dias após o crime que tirou sua vida, em 2018.

A magistrada publicou na época, nas redes sociais, que a vereadora estava “engajada com bandidos”.

Marília Vieira atribuiu o assassinato ao comportamento da própria Marielle.

“Seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, postou.

Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu Marília do crime de calúnia contra a vereadora Marielle Franco. As retratações públicas feitas por ela, atrvés das redes sociais e por meio de uma carta com pedido de desculpas pelas postagens ofensivas, foram consideradas suficientes pelos ministros do STJ.

O  Conselho Nacional de Justiça proíbe que juízes se manifestem em redes sociais sobre temas de cunho político-partidário. A defesa de Marília Vieira afirma que o “magistrado também é cidadão” e que tem direito à livre expressão.

Além disso, os advogados alegam que as postagens foram feitas em uma conta pessoal de Marília nas redes sociais, onde ela não se identificava como magistrada. Portanto, segundo a defesa, não haveria prejuízo aos alvos dos ataques.

Manifestações políticas da desembargadora

Entretanto, essa não é a primeira vez que a magistrada passa por procedimentos disciplinares no CNJ.

Em outra ocasião, Marília Vieira afirmou, também pelas redes sociais, que Guilherme Boulos (PSol) seria recebido “na bala”, depois de um decreto que facilitava a posse de armas ser publicado pelo, até então, presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) também denunciou Marília de Castro Naves Vieira. De acordo com ele, a desembargadora havia dito que ele deveria ser executado como profilaxia.

Nas áreas da saúde, profilaxia é a aplicação de medidas para evitar a propagação de doenças. De acordo com o Uol, em defesa do caso, em 2019, Marília disse que “o problema da esquerda é o mau humor”.

Caso condenada pelo CNJ no julgamento administrativo, Marília de Castro Naves Vieira poderá sofrer penas que vão de advertência até aposentadoria compulsória.

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