Enchentes no RS já provocaram a morte de 29,3 mil animais da pecuária
Dados da Emater apontam ainda que a produção não coletada de leite chegou a 327,3 mil litros, lesando um total de 813 produtores
atualizado
Compartilhar notícia
As enchentes que já provocaram a morte de 43 pessoas no Rio Grande do Sul também causaram forte impacto para produtores rurais da região. Após a passagem do ciclone extratropical, no início de setembro, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) fez um levantamento das perdas relacionadas a infraestrutura, produção primária, pecuária e pastagens, em decorrência dos fatores climáticos e os resultados são preocupantes.
Até o momento, as chuvas, enchentes, transbordamentos de leitos de rios e arroios provocaram a morte de 29.356 animais, entre bovinos de corte e de leite, suínos e aves. Foram perdidas ainda 370 caixas de abelhas e 35,5 toneladas de peixe. A produção não coletada de leite chegou a 327,3 mil litros, lesando um total de 813 produtores.
A produção de forragens se perdeu e isso impacta diretamente na atividade pecuária. Afeta a produção de carne e de leite, e representa um desafio adicional para os produtores, que buscam alternativas para suprir as necessidades alimentares de seus rebanhos.
Foram atingidos 1.880 hectares de pastagem nativa, 10.730 hectares de pastagem cultivada e 50 hectares de silagem, com um total de 1.022 produtores prejudicados. Houve perda de 35,5 mil pés de eucalipto.
Os dados são do sistema Sisperdas, que é abastecido, em primeira mão, por todos os escritórios regionais e municipais da Emater com informações a respeito das localidades. Conforme o relatório, as condições climáticas adversas afetaram 50 municípios, 665 localidades e 10.787 propriedades.
Estradas
Em relação à infraestrutura, o evento climático afetou 4.456,8 quilômetros de estradas vicinais e causou problemas de escoamento da produção em 197 comunidades. Houve danos em 1.192 casas, 621 galpões, 12 armazéns, 116 silos, 25 estufas de fumo, 25 estufas/túneis plásticos para horticultura, 128 açudes (piscicultura/irrigação), 53 aviários e 45 pocilgas.
Na produção primária, as chuvas torrenciais resultaram em sérias perdas na produção primária, afetando principalmente grãos, frutas, olericultura e fumo. As perdas se mostraram significativas, com destaque para milho e trigo, que tiveram grandes áreas atingidas e alto volume de produção perdidas.
Na fruticultura, vários cultivos, como laranja e uva, sofreram perdas consideráveis. A olericultura e a produção de fumo foram duramente atingidas, prejudicando muitos produtores. Ao todo, 1.616 produtores tiveram perdas na produção de grãos, 88 na fruticultura, 2.691 no fumo e 198 na olericultura.
Rio Taquari
Segundo o levantamento, na região de abrangência do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Lajeado, a mais severamente atingida devido à cheio do rio Taquari, que chegou à marca de 29m 45cm, o setor de turismo rural, que desempenhava um papel importante na região, foi prejudicado devido aos danos na infraestrutura e nas paisagens naturais inundadas.
Além disso, há relatos de agroindústrias familiares afetadas, como a Lansing, em Arroio do Meio, que teve toda a sua estrutura danificada. Isso inclui a perda de estoques de produção e insumos para a próxima safra, cercas destruídas e áreas com solo devastado.
Em General Câmara, o Taquari inundou uma comunidade quilombola, e as famílias foram retiradas do local.