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Enchente faz porto-alegrenses “fugirem” para o litoral apesar do frio

Porto Alegre está sofrendo com a cheia no Guaíba e escolas e serviços não estão funcionando. Quem pode está se refugiando no litoral gaúcho

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1 de 1 RS 040 - Foto: Lara Ely/especial para o Metrópoles

Litoral do RS – Quando parte de Porto Alegre ficou sem água, o prefeito Sebastião Melo (MDB) recomendou que os moradores da capital e região metropolitana migrassem rumo ao litoral gaúcho. O objetivo era diminuir temporariamente a pressão sobre o território inundado e milhares de pessoas atenderam ao apelo e estão enchendo as praias do estado, apesar do frio que tem feito nos últimos dias.

Com grande parte dos serviços suspensos por tempo indeterminado na capital – como restaurantes, lojas, universidades e aulas dos sistemas público e privado – muitas famílias viajaram para o litoral. A forte movimentação na rodovia RS-040 no decorrer da semana evidenciou os deslocamentos. A estrada, que no domingo (12/5) apresentava trânsito fluido, chegou a registrar até quatro horas de congestionamento.

Veranista de Imbé, a empreendedora Daniela Santarosa conta que seu ímpeto de viajar ao litoral foi buscar um local seguro, onde tivesse água e energia. Tirando a falta de gás e alguns itens de mercado, como hortaliças, a cidade não teve baixas no abastecimento. Segundo Santarosa, o movimento intenso dos últimos dias lembrou os dias de verão.

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Abrigo no RS
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Trabalho nos abrigos
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Abrigo em Imbé

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“Notamos bastante movimento por aqui, muita gente veio. Optamos por essa escolha para não atrapalhar o trabalho de quem está atuando nas buscas e também não sobrecarregar a cidade já está sob pressão”, explica ela.

Com a casa da sua família alagada no bairro Humaitá e a sua sem luz no centro de Porto Alegre, a jornalista e professora Julia Machado se instalou em Mariluz junto aos familiares. Aproveitou para arrecadar doações na vizinhança e comprar toalhas e cobertores. “Consegui doações nas lojinhas, comprei em brechós e também alguns itens com valores simbólicos. Percebi muita solidariedade dos pequenos comerciantes. Todos tentando ajudar da forma como pode”, relata ela.

Parte do movimento no litoral gaúcho é fruto dos desalojamentos causados pelas enchentes. Até este final de semana, em torno de 1,2 mil pessoas vítimas das enchentes já foram assistidas em Capão da Canoa. Em Atlântida Sul, foram mais de mil pessoas. Em Imbé, o número salta para 5 mil.

Grupos de voluntários organizam centros de triagem para distribuir doações. Um deles fica no CTG Querência, em Morada do Sol, Imbé. Dilceu Edson Espíndula Bernardes, o patrão do CTG, é um dos nomes à frente do movimento solidário. Lá são entregues peças de vestuário, alimentos, lençóis, cobertores, colchões, ração para animais e produtos de limpeza.

A iniciativa é coordenada em conjunto com a Defesa Civil. Para retirada dos insumos, Bernardes explica que basta ir até o local. “A gente procura não dificultar. Basta dar o nome, data de nascimento, documento se tiver, senão anotamos o local de onde vem a pessoa e entregamos”, informa. O número médio de atendimentos na semana foi de 1,7 mil pessoas. O atendimento ocorre das 9h às 13h e das 16h às 20h.

Desabrigado e voluntário

Localizada a uma hora de Porto Alegre, a praia de Atlântida Sul é outro ponto de triagem de doações e recepção de pessoas. Desde o último sábado (11/5), o Ginásio Municipal recebe mantimentos e roupas. Por lá já passaram 1.067 desabrigados e foram cadastradas 277 casas de acolhimento.

Resgatado em São Leopoldo, Lucas Machado Marques foi acolhido na casa de amigos e agora atua no voluntariado. Morador do bairro Campina, onde a água subiu mais de 7 metros, ele conta que foi resgatado em um bote do Exército. Abrigado em uma Igreja, neste domingo, apoiou com a decoração da festa de Dia das Mães. “Aqui encontramos muito carinho e dedicação. O pessoal abraçou a gente. Entre familiares e amigos, estamos entre 17 pessoas. Graças e eles que estamos conseguindo voltar a sorrir agora, estamos nos sentimos em casa”.

Renata Lages foi uma das pessoas que realizou doações no Litoral. Acompanhado da filha e do marido, ela deixou a Capital para reduzir o consumo no prédio onde mora, e aproveitou a oportunidade para mobilizar arrecadações junto aos vizinhos da praia.

“Consegui doações em pix e várias sacolas de roupas. Fiz algumas viagens para entregar tudo, e o sentimento é de ajudar de alguma forma. Longe ou perto, estamos todos mobilizados”, diz.

Direto da Vila Olímpica de Osório, o prefeito da cidade, Roger Caputi, informou pelas redes sociais que o local também virou centro de referência para as distribuições. No final de semana, uma série de donativos foram enviados para as cidades de Canoas, Capão da Canoa, Palmares do Sul, Arroio do Sal, Imbé, Cidreira, Três Coroas e Mostardas.

Os itens são para atender as famílias desabrigadas e também as pessoas que estão instaladas no Litoral Norte. Pelos seus canais oficiais, a prefeitura de Osório informou ainda que está fornecendo atendimento psicológico por meio dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS).

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