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Empresário alvo da PF sobre Braga Netto: “Está do nosso lado”

Mensagem foi recuperada pela PF e mostra ligação entre empresário e coronel Gláucio Guerra e Braga Netto, ex-interventor do Rio

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Bolsonaro General Braga Netto, durante coletiva de imprensa - metrópoles
1 de 1 Bolsonaro General Braga Netto, durante coletiva de imprensa - metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Conversas obtidas pela Polícia Federal (PF) ligam o nome do general Braga Netto ao caso da superfaturamento de coletes à prova de balas durante uma intervenção federal no Rio de Janeiro (RJ). Elas foram recuperadas do celular do empresário e coronel Gláucio Octaviano Guerra no aeroporto de Dulles, na Virgínia. No conteúdo, destaca-se a fala de Guerra ao seu irmão, o ex-auditor fiscal Glauco Octaviano Guerra, onde ele afirma que “02 do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado”.

O general Walter Braga Netto teve seus sigilos telefônico e telemático quebrados na última terça-feira (12/9), após a PF deflagrar a Operação Perfídia. Ele foi às redes sociais ainda ontem para afirmar que todos os trâmites legais foram seguidos na aquisição dos coletes. Braga Netto não foi alvo da operação, mas é investigado.

“Estive em um almoço na sexta passada com o general Braga Netto e comentei sobre a liberação dos coletes de proteção balística para a Polícia do RJ, em estudo nessa Casa Civil da PR [Presidência da República]. Ele disse que iria dar uma ‘força’ junto ao senhor para atender ao que pleiteamos”, afirma o general Paulo Assis em diálogo, por e-mail, com o responsável pelo contrato dos coletes.

Gláucio Guerra compartilhou o print com o irmão e depois enviou áudio afirmando que o “02 do Exército Brasileiro, que foi o interventor federal, está do nosso lado”, referindo-se a Braga Netto.

As conversas foram obtidas inicialmente pelo serviço de imigração dos Estados Unidos (EUA), e compartilhadas à PF. Nelas, o general teria prometido ajudar nas contratações superfaturadas e sem licitação, de acordo com o Estadão.

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O general Braga Netto
Jair Bolsonaro e Braga Netto se cumprimentam durante cerimônia
Bolsonaro, Braga Neto e Gilson Machado
General Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro, em ato com a bancada da bala
Braga Netto esteve no comando da intervenção federal no Rio
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General Braga Netto, homem forte no governo Bolsonaro

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O general Braga Netto

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Jair Bolsonaro e Braga Netto se cumprimentam durante cerimônia

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Bolsonaro, Braga Neto e Gilson Machado

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General Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro, em ato com a bancada da bala

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Braga Netto esteve no comando da intervenção federal no Rio

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Braga Netto foi interventor no Rio de Janeiro

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Além de coronel da Aeronáutica reformado em 2016, o coronel Guerra também é empresário, tendo fundado a Guerra International Consultants, no estado de Maryland (EUA), e se tornado sócio da empresa CTU Security LLC, investigada na Operação Perfídia, da PF.

“O Queiroz é o intendente do negócio, o cara que organiza as compras, o que faz as operações de orçamento, entendeu?”, afirma o coronel Guerra em uma das mensagens, em referência ao coronel Robson Queiroz Mota, com o qual o general Braga Netto teria se encontrado em 2020, em sua própria casa.

O Metrópoles tenta contato com ambos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Entenda o caso

A operação apura suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais.

A empresa CTU chegou a receber o valor integral, R$ 40,2 milhões, em janeiro de 2019. Após a suspensão do contrato pelo TCU, a quantia foi devolvida em setembro do mesmo ano.

A apuração começou graças a uma cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), que alertou sobre o contrato entre a CTU e o governo.

A descoberta ocorreu enquanto as autoridades americanas investigavam o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïses, em julho de 2021. A empresa foi responsável pelo fornecimento de logística militar para destituir Moïses e substituí-lo por Christian Sanon, segundo a PF.

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