Empresária que desmaiou após levar tapa de PM desabafa: “Tenho medo”
Mulher disse que foi agredida porque estava filmando o marido ser preso por desacato e que PM pegou o celular para apagar gravação
atualizado
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A empresária de 35 anos que desmaiou após levar um tapa de um policial militar em Anápolis, a 55 km de Goiânia, disse que está traumatizada e com “medo”. Um vídeo mostra um tumulto perto da mulher, que caiu logo após ser agredida.
Veja vídeo abaixo:
“Medo, porque eu tenho medo. Pelos meus filhos, pela minha família”, disse a mulher, que não quis se identificar, em entrevista à TV Anhanguera, horas depois de ser agredida. Ela contou que sofreu a agressão porque gravou vídeo do momento em que o marido dela seria preso, na manhã dessa segunda-feira (19/9), durante uma confusão.
Em nota enviada ao Metrópoles, a PM informou que não compactua com tal desvio de conduta, que determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) e que afastou o policial militar da função operacional até o fim da apuração. O nome dele não foi divulgado.
A mulher contou que a confusão começou porque o marido dela, que trabalha com a venda de verduras, foi ao Ceasa, no Setor Sul Jamil Miguel, cobrar uma dívida de cerca de R$ 20 mil. O homem disse que subiu na cabine do caminhão do devedor para cobrá-lo.
A polícia foi chamada e, segundo a mulher, a agressão aconteceu porque ela estava filmando a prisão do marido e o PM pegou o celular dela para apagar o vídeo.
“Ele [o policial] falou que não era pra mim [sic] filmar, foi lá e apagou a filmagem. Logo em seguida outro policial veio até mim, me mandou calar a boca, me xingou de vários nomes e falou que, se eu não calasse a boca, que ele ia me dar um tapa na cara”, afirmou a empresária.
O marido da vítima foi encaminhado à delegacia. Por conta da briga, o homem prestou depoimento e pode responder por desacato.
“Ele não poderia ter feito isso, ainda mais por eu ser mulher. Eu errei em ter falado, mas ele errou muito mais em me dar o tapa”, disse a mulher.
A Polícia Civil informou que o inquérito deve ser investigado pela Polícia Militar, por se tratar de um suposto crime militar, já que o caso envolveu um policial em serviço.
O Metrópoles não encontrou contato do PM ou da defesa dele, já que não teve o nome divulgado, até o momento em que este texto foi publicado. No entanto, o espaço segue aberto para manifestações.