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Empresa teria produzido e divulgado 349 pesquisas eleitorais suspeitas

Segundo Ministério Público Eleitoral, era cobrado dinheiro de postulantes a prefeito para publicar dados falsos com eles na liderança

atualizado

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Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom
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1 de 1 urna eletrônica - Foto: Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom

O Ministério Público Eleitoral (MPE) de Goiás desencadeou, na manhã de quinta-feira (5/11), a operação denominada Leão de Neméia, com objetivo de desarticular um grupo suspeito de produzir e divulgar pesquisas eleitorais fraudulentas em todo o estado nas eleições municipais de 2020. A medida teria sido usada para beneficiar candidatos.

De acordo com as investigações, a empresa IPOP-Cidades & Negócios produziu e divulgou 349 pesquisas suspeitas em 191 dos 246 municípios goianos desde a sua criação em fevereiro deste ano, o que representa, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior número em todo o país.

O MPE aponta que o proprietário da empresa, Márcio Rogério Pereira Gomes, cobrava dinheiro de candidatos a prefeito para divulgar pesquisas falsas em que esses postulantes apareceriam na liderança.

“As fraudes consistem em produzir pesquisas que não refletem a realidade das intenções de voto dos eleitores, com desobediência dos requisitos exigidos na legislação eleitoral, em bairros inexistentes e com oferta criminosa de manipulação de dados em favor de candidatos”, diz o órgão.

Agora, os promotores buscam identificar os candidatos contratantes, que podem ter as candidaturas impugnadas e, se condenados e eleitos, podem ter o mandato cassado.

Os investigados e os demais envolvidos estão sujeitos a responder pelo crime de pesquisa eleitoral fraudulenta, do qual a pena de prisão é de 6 meses a um ano, além de serem responsabilizados pela fraude eleitoral.

Critérios não atendidos

O promotor eleitoral Lucas César Costa Ferreira informou que várias pesquisas realizadas pelo Ipop nas quatro cidades que compõem a 31ª Zonal Eleitoral de Goiás foram indeferidas por não atenderem aos critérios estabelecidos pela lei. Segundo ele, em Silvânia, por exemplo, constavam dados de levantamentos realizados em bairros que não existem.

Lucas César Costa Ferreira relatou que, entre o material apreendido nos endereços da empresa, foi encontrada uma planilha em que constam nomes de candidatos que teriam sido procurados e aceitaram utilizar as pesquisas fraudadas em suas campanhas, chamados pelo empresário de “parceiros”.

Foram recolhidos computadores, formulários e arquivos nos locais de cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

O promotor Eusélio Tonhá dos Santos afirmou que os indícios de irregularidades são fortes e os elementos de prova consistentes para constatar as fraudes praticadas pelo Ipop-Cidades & Negócios. Para ele, a Operação Leão de Neméia inibe as tentativas de subverter a ordem democrática e o processo eleitoral.

“Estamos diante de um audacioso plano de viciar o processo eleitoral e o MPE trabalha para solidificar a democracia, fazendo prevalecer os princípios da ordem democrática”, explicou.

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