Empresa que atrasou vacinas fará nova entrega para Ministério da Saúde
IBL Logística foi denunciada por esquema de propinas em 2016. Companhia vai transportar doses da Pfizer para maiores de 12 anos
atualizado
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A Intermodal Brasil Logística (IBL), empresa contratada pelo Ministério da Saúde para transportar as vacinas pediátricas contra a Covid-19 da Pfizer, também vai realizar as entregas dos imunizantes para maiores de 12 anos. A IBL já foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto envolvimento em um esquema de propinas na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
O Metrópoles revelou a denúncia do MPF, que acusou a empresa de improbidade administrativa em 2016. Em nota informativa publicada na tarde desta quinta-feira (10/2), o Departamento de Logística em Saúde e a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) atualizaram os procedimentos de transporte dos imunizantes da Pfizer.
Atualmente, a VTCLog é quem faz a distribuição de vacinas da farmacêutica para maiores de 12 anos. A IBL Logística realiza o transporte das doses pediátricas da Pfizer. Com a nova orientação, a IBL será responsável exclusiva pela logística de entrega dos dois grupos de vacinas.
“Com o final dos estoques de vacinas PFIZER COMIRNATY para a faixa etária de 12 anos ou mais existentes na VTC LOG, a armazenagem e o transporte dessas mesmas vacinas passará a ser feito, também com exclusividade, pela IBL LOGÍSTICA”, informa o documento.
A nota informativa também instrui sobre as mudanças que precisam ser feitas por causa da temperatura das vacinas, que serão transportadas na faixa de -90°C a -60°C. A IBM Logística foi alvo de reclamações de diferentes estados, que relataram atrasos para receber as doses infantis.
O estado de Santa Catarina, por exemplo, recebeu doses pediátricas dentro de uma caixa, em contato direto com gelo seco, algo que vai contra as recomendações da pasta para o transporte.
Em janeiro, a IBL Logística apresentou problemas na entrega do imunizante para o público infantil. Ao menos 11 estados e o Distrito Federal relataram atrasos na chegada das primeiras doses da vacina pediátrica.
Os contratos entre a IBL e o Ministério da Saúde foram firmados em dezembro do ano passado, no valor de R$ 62,224 milhões, com dispensa de licitação. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para investigar a contratação da companhia. A empresa não apresentava experiência prévia na distribuição de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Pronunciamento da empresa
À época do atraso nas entregas, o presidente da IBL Logística, Jônatas Spina Borlenghi, alegou em nota ter cumprido todos os prazos exigidos, “e com folga”, e que não houve qualquer prejuízo ou risco à qualidade das vacinas.
“Todas as etapas do processo logístico que envolvem a entrega das vacinas pediátricas pela IBL Logística está transcorrendo nos mais altos padrões de segurança e qualidade exigidos no edital”, disse.
Veja a nota completa: