Empresa ganhou 70% a mais com Ricardo Barros no Ministério da Saúde
Ministro durante o governo Temer e atual líder do governo na Câmara, Barros aprovou contratos de R$ 258 milhões durante dois anos
atualizado
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A empresa VTC Operadora de Logística, que presta serviços ao Ministério da Saúde, faturou R$ 258 milhões durante os dois anos em que o atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi ministro da Saúde. O valor é 70% maior do que a empresa recebeu nos sete anos anteriores em que prestou serviço à pasta. As informações são do jornal O Globo.
A VTC Operadora de Logística é responsável por receber, armazenar e controlar a distribuição de todas as vacinas, soros, medicamentos, kits para diagnóstico laboratorial e outros insumos, incluindo os da Covid-19. Em 2009, a empresa começou a prestar serviço ao ministério, ainda durante o governo Dilma (PT). Até 2016, a VTC recebi uma média de R$ 21 milhões por ano, de acordo com o Portal da Transparência.
Após o impeachment, no entanto, quando Ricardo Barros assumiu a pasta, o valor aumentou para R$ 34 milhões em 2016 e R$ 223,5 milhões no ano seguinte. Durante o período, seis dos sete contratos assinados entre a VTC e o Ministério da Saúde ocorreram por dispensa de licitação. Eles representam R$ 253 milhões, ou 98% do total.
Em 2018, após a saída de Barros do ministério, a VTC ganhou mais R$ 178 milhões em contratos. Do total, R$ 81,7 milhões ocorreram com dispensa de licitação. Em 2019, a empresa recebeu R$ 21,9 milhões por meio de pregão eletrônico. Segundo uma reportagem da TV Globo, o ex-diretor de logística do ministério Roberto Ferreira Dias avalizou uum pagamento 1.800% maior do que o recomendado pela área técnica da pasta no contrato.
Na última quarta-feira (7/7), senadores que integram a CPI da Covid-19 aprovaram a convocação de Andreia Lima, CEO da VTC Operadora Logística.
Em defesa, Ricardo Barros afirma que os negócios não tiveram irregularidades. “A medida fez parte de um amplo processo de gestão que reviu contratos em todas as áreas do ministério. Essa e outras ações geraram R$ 5 bilhões em economias”, diz.
Ao jornal O Globo, a empresa afirmou que desconhece “qualquer vantagem ou aumentos expressivos em contratos firmados com o ministério em 2016 e 2017”. Sobre o contrato com valor acima do apontado pela área técnica da pasta, a VTC defendeu a legalidade das ações e negou a existência de sobrepreço.