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Empresa americana diz ter oferecido 400 milhões de doses de vacina ao governo

A AstraZeneca nega ter autorizado a Davati ou Luiz Paulo Dominguetti Pereira a negociar em seu nome

atualizado

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Hugo Barreto/Metropoles
Coletiva de imprensa no Ministério da Saúde
1 de 1 Coletiva de imprensa no Ministério da Saúde - Foto: Hugo Barreto/Metropoles

O presidente da Davati Medical Supply, Herman Cárdenas, confirmou ter oferecido 400 milhões de doses de AstraZeneca ao Ministério da Saúde. A informação foi revelada, nesta quinta-feira (30/6), pelo O Globo. Segundo a reportagem, o empresário afirmou ter assinado a proposta, mas negou ter conhecimento de que para destravar o negócio um integrante do governo teria exigido pagamento de propina.

Cárdenas é representante legal da empresa – que está na mira da CPI da Covid –, fundada em julho de 2020 nos Estados Unidos.

O caso foi revelado na terça-feira (29) pela Folha de S.Paulo. Em entrevista ao jornal, Luiz Paulo Dominguetti Pereira contou ter procurado o Ministério da Saúde, em nome da Davati, para oferecer a remessa de imunizantes fabricados pela AstraZeneca. O ex-diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias teria, então, exigido US$ 1 de propina para cada dose de vacina negociada.

A AstraZeneca, no entanto, nega que tenha autorizado a Davati ou Dominguetti a negociar em seu nome. Segundo a farmacêutica, todas as doses estão vinculadas a contratos assinados com governos e organizações, como a Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A empresa disse ainda que os convênios para venda de vacina são realizados diretamente por meio da Fiocruz e do governo federal.

E-mail

Documento enviado pela Davati ao Ministério da Saúde, obtido pelo O Globo, mostra que a empresa americana incluiu o nome de Dominguetti como intermediário da negociação com a pasta. Cárdenas, porém, informou que ele não é representante da companhia no Brasil, mas reconheceu que seu nome constava da proposta formalizada.

“Estou ciente disso. Nos disseram para inclui-lo, mas ele não estava nos representando. A Davati não tinha conhecimento de quem ele era, então presumimos que ele era representante deles”, respondeu Cárdenas. Ele, no entanto, não confirmou se estava se referindo ao governo brasileiro.

No Brasil, segundo o presidente da empresa, o único representante oficial se chama Cristiano Alberto Carvalho.

Em nota, a Davati afirmou que nunca recebeu resposta do Ministério da Saúde e que não é “distribuidora autorizada” da AstraZeneca. Cárdenas, porém, reconheceu que tentou vender as doses ao Brasil.

“Não somos uma distribuidora autorizada de AstraZeneca e nunca representamos que somos. Embora não estejamos distribuindo nenhuma vacina contra Covid-19 como linha de produto atual, fomos procurados por alguns clientes pelo mundo para localizar vacinas contra Covid-19”, esclareceu a companhia.

Questionado sobre como teria obtido a oferta de uma quantia tão grande de vacinas da AstraZeneca, o empresário não respondeu.

A Davati, que fornece outras vacinas para o mercado, também é investigada no Canadá por ofertas fraudulentas de imunizantes durante a pandemia, segundo a imprensa local.

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