Empregados de influencer, que deve R$ 5 milhões, afirmam comer no chão
Além de pagamentos atrasados, funcionários de Priscilla Santos denunciam ambiente insalubre; ela tem dívida de R$ 5 milhões com o Detro
atualizado
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Funcionários da influencer Rainha do Reboque, como é conhecida, denunciam salários atrasados e condições insalubres na empresa da criadora de conteúdo. Fazer as refeições no chão, por exemplo, seria algo comum na Rebocar, empresa de Priscilla Santos, no Rio de Janeiro.
“A gente almoçava no chão. Tinha vezes que não tinha água para beber e, muitas das vezes, a parte da gerência ia comprar coisas básicas em cima da hora. Então, sempre estava faltando alguma coisa. Tipo papel higiênico, água, itens para lavar a mão”, contou um empregado, em entrevista ao RJ2.
Colaboradores denunciam que o salário não era pago em dia e um deles contou que ficou cinco meses sem receber. Além disso, também não teria tido as férias pagas. Segundo ele, precisou entrar com uma rescisão unilateral para poder deixar a empresa e ainda não conseguiu dar baixa na carteira de trabalho.
A vida de luxo de Priscilla, compartilhada com mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, esconde um caminhão de dívidas. A influenciadora teria histórico de não pagar funcionários, contas de luz e o terreno do pátio onde ficam os carros rebocados pela empresa.
“Ela será convocada para prestar depoimento assim como as outras testemunhas. Por enquanto, estamos investigando os crimes de estelionato e associação criminosa”, afirmou Alan Luxardo, titular da Delegacia de Defraudações.
A dívida com o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro) já passa de R$ 5 milhões. O valor se refere ao dinheiro de leilões de carros que jamais foi repassado ao governo do estado e a veículos nunca entregues a seus proprietários.
“Eu arrematei dois veículos e eles nunca me entregaram. Somados, dá mais de sete mil reais”, contou Antônia de Freitas da Silva, ao G1.
A Rebocar é uma empresa contratada há três anos pelo Detro. O serviço público de reboque de veículos apreendidos é prestado como concessão pelo estado.
Assinado há mais de três anos, em janeiro de 2019, o contrato tem valor estimado de R$ 25 milhões para o lote 1, que contempla as cidades do Rio, Niterói e São Gonçalo.
A empresa foi contratada para prestar serviços de reboque, guarda e leilão de veículos apreendidos. Outra função seria devolver aos cofres do Detro os valores referentes aos saldos dos leilões, “sob pena de serem descontadas dos pagamentos das notas fiscais”.
Segundo o Detro, a Rebocar não fez os repasses que devia e ficou com o dinheiro. Além disso, não entregou documentos que comprovassem regularidade junto ao Ministério do Trabalho.
Em nota publicada nas redes sociais, Pricilla disse, por meio de seus advogados, que “está trabalhando junto ao Detro para que sejam solucionadas todas as pendências decorrentes de conflitos contratuais – administrativos ou judiciais”.