Emoji de berinjela acaba em B.O. por homofobia e difamação na PM de SP
Soldados usaram fotos dele e de sua família questionando sua sexualidade. Situação gerou uma série de ofensas
atualizado
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São Paulo – O soldado da Polícia Militar de São Paulo Guilherme Ferreira Vicente acusa um sargento e outros soldados da corporação por difamação e homofobia. Os policiais fizeram insinuações sobre a sexualidade da vítima e usaram um emoji de berinjela sobre a imagem de seu filho recém-nascido, em uma foto publicada em grupos de PMs no WhatsApp.
Guilherme publicou um vídeo nas redes sociais, onde desabafa sobre o que ocorreu. Ele explica que os policiais pegaram uma imagem, sem autorização, no Instagram da sua esposa. Os policiais tiraram sarro do soldado por ter feito um stories afirmando que estava com vontade de comer berinjela.
Além de policial, Guilherme é influencer e atleta de fisiculturismo. A postagem, segundo o PM, se referia à dieta dele. Nela, ela pergunta aos seus mais de 20 mil seguidores se gostam ou não do legume. “Estou com uma vontade louca de comer berinjela. É bom berinjela?”, perguntou em sua rede social.
De acordo com Guilherme, a postagem rendeu o print compartilhado pelo sargento. O oficial teria insinuado que a berinjela representa um pênis e que o soldado é gay.
A postagem rendeu uma série de comentários homofóbicos dos policiais que estavam no grupo, como este: “Quando esse aí peida, sobe o cheiro de Jontex [preservativo masculino]”. Em outro comentário, os policiais chegam a questionar “qual será o futuro da PM daqui a 20 anos?”.
No vídeo, Guilherme explica que soube da postagem depois que ela virou meme.
“Desrespeito total comigo, com a minha família, com a instituição da Polícia Militar e com pessoas de ambas sexualidades, usando da própria sexualidade para me atingir. Não posso me calar!”, afirmou o soldado em seu Instagram. O soldado apontou que as ofensas, embora direcionadas a ele, também diziam respeito à comunidade gay. Ele registrou um boletim de ocorrência contra os envolvidos.
Veja abaixo o desabafo do soldado:
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A PM afirmou aguardar a formalização da denúncia, mas que o Comando do 13º BPM, onde Guilherme está lotado, está apurando o caso após a divulgação das ofensas nas redes sociais.
“A Polícia Militar é uma instituição legalista e não compactua com nenhum tipo de discriminação. A PM esclarece que o policial militar ainda não formalizou a denúncia, entretanto o comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, ao tomar conhecimento do vídeo, imediatamente adotou providências para apurar os fatos apresentados”, informa o comunicado da corporação.