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Embaixatriz mãe de jovem abordado por PMs no RJ: “Queremos justiça”

Filho da embaixatriz está no grupo de adolescentes negros abordados de forma truculenta pela PM em Ipanema (RJ)

atualizado

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Matheus Veloso/Metrópoles @mvelosofoto
Chá Delas na residência oficial do Gabão Embaixatriz do Gabão, Julie-Pascale Moudoute-Bell
1 de 1 Chá Delas na residência oficial do Gabão Embaixatriz do Gabão, Julie-Pascale Moudoute-Bell - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles @mvelosofoto

A embaixatriz do Gabão, Julie-Pascale Moudouté (foto em destaque), mãe de um dos adolescentes negros abordados de forma truculenta por policiais militares em Ipanema, no Rio de Janeiro, se disse chocada com o episódio. Segundo ela, a família espera por justiça.

“Como que você vai apontar armas para a cabeça de meninos de 13 anos, como que é isso? Mesmos nós, adultos: você me aborda, você me pergunta primeiro. E depois você me diz por que você está me abordando”, questionou a embaixatriz, durante entrevista ao RJ2, da TV Globo.

“Mas você não sai com uma arma e me manda colocar a mão na parede. A gente confia na Justiça brasileira e a gente quer justiça, só isso”, completou a diplomata. Para ela, o papel da polícia é proteger.

O filho de Julie foi parado por policiais militares em Ipanema, na Zona Sul do Rio, na noite da última quarta-feira (3/7). Um vídeo mostra o momento que os jovens foram colocados na parede e revistados.

Veja as imagens:

O grupo de adolescentes era formado por adolescentes de 13 e 14 anos. Três deles são estrangeiros e filhos de diplomatas. Eles estavam na Rua Prudente de Moraes acompanhados de outros dois meninos brancos, que são brasileiros. A família de um deles aponta racismo na ação da polícia.

Suspeita de racismo

Em um post nas redes sociais, a mãe de um dos adolescentes, Raiana Rondhon, contou que o grupo de meninos está de férias no Rio e deixava um amigo na porta de casa quando foi abordado. O relato foi publicado inicialmente nas redes sociais do jornalista Guga Noblat.

“Com arma na cabeça e sem entender nada, foram violentados. Foram obrigados a tirar casacos, e levantar o ‘saco’. Após a abordagem desproporcional, testemunhada pelo porteiro do prédio, é que foram questionados de onde eram, e o que faziam ali. Os três negros não entenderam a pergunta, porque são estrangeiros, filhos de diplomatas, e portanto não conseguiram responder”, continua o relato.

“Caetano, o menino branco e meu filho, disse que eram de Brasília e que estavam a ‘turismo’. Após ‘perceberem’ o erro, liberaram os meninos, mas antes alertaram as crianças que não andassem na rua, pois seriam abordados novamente!”, completa Raiana.

“As imagens, os testemunhos e o relato das crianças são claros!! Não há dúvida!! As imagens, os testemunhos e o relato das crianças são claros!! Não há dúvida!! A abordagem foi RACIAL e CRIMINOSA!! Há anos frequentamos o Rio e nunca presenciei nada parecido no quadradinho de Ipanema com meus filhos. É um lugar aparentemente seguro. Depende pra quem!!!”, escreveu ela.

“Eu alertei para tomar cuidado com o celular na rua, não deixar a mochila na cadeira da praia, mas que a polícia seria a maior ameaça eu nunca imaginei”, destaca a mãe.

Segundo ela, o incidente envolveu adolescentes de três países diferentes (Canadá, Gabão e Burkina Faso). O Itamaraty já foi informado e os consulados no Rio já estão em ação. Ela afirma que não há dúvida de que o desfecho da abordagem teve componentes raciais.

Imagens serão analisadas

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar diz que os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e as imagens serão analisadas para constatar se houve algum excesso por parte dos agentes.

“Em todos os cursos de formação, a Secretaria de Estado de Polícia Militar insere nas grades curriculares como prioridade absoluta disciplinas como Direitos Humanos, Ética, Direito Constitucional e Leis Especiais para as praças e oficiais que integram o efetivo da Corporação”, acrescentou a corporação.

A Ouvidoria da SEPM está à disposição dos cidadãos que se sentirem ofendidos para a formalização de denúncias através do telefone (21) 2334-6045 ou e-mail ouvidoria_controladoria@pmerj.rj.gov.br.

A Corregedoria Geral da SEPM também pode ser contactada através do telefone (21) 2725-9098 ou ainda pelo site https://www.cintpm.rj.gov.br/. O anonimato é garantido.

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