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Embaixador da Noruega pede “plano concreto” do Brasil contra desmatamento

Odd Magne Ruud reuniu-se nesta segunda (18/10) com o vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena o Conselho Nacional da Amazônia Legal

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Hamilton Mourao
1 de 1 Hamilton Mourao - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

O novo embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, disse nesta segunda-feira (18/10) que o governo brasileiro precisa de um “plano concreto para o desmatamento”.

O embaixador deu a declaração após reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, no gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto. Na ocasião, as autoridades trataram do Fundo Amazônia, do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Cnal) e das operações militares na região.

“O Brasil precisa de um plano concreto para o desmatamento, precisa acordar o estilo de gestão do comitê. Então essas são algumas questões que precisamos discutir. Mas essa é uma cooperação muito importante para nós e eu espero continuar o diálogo com o vice-presidente”, pontuou o embaixador após o encontro.

Odd Magne Ruud chegou ao Brasil para assumir o posto de embaixador no mês passado. Em maio deste ano, o embaixador anterior, Nils Martin Gunneng, cobrou “vontade política” por parte do Brasil e afirmou que o país europeu estava pronto para “recomeçar” a parceria.

Fundo Amazônia

Ruud disse que a conversa com o vice-presidente brasileiro foi “muito boa”, mas afirmou que ainda há discordâncias em torno do Fundo Amazônia, do qual a Noruega é um dos principais países financiadores.

“Nós temos algumas discordâncias sobre o Fundo Amazônia, mas estamos prontos para conversar”, afirmou ele.

Os governos da Alemanha e da Noruega são os principais financiadores do Fundo Amazônia. Os países europeus decidiram interromper os repasses em agosto de 2019, após queimadas recordes na região. Cerca de R$ 2,9 bilhões estão paralisados em uma conta bancária federal, de acordo com ONGs participantes do Observatório do Clima.

Na época, Bolsonaro ironizou o fim dos repasses. O presidente da República declarou que a Noruega não é um bom exemplo para o Brasil.

“Noruega não é aquela que mata baleia no Pólo Norte, não? Que explora petróleo também lá. Não tem nada de exemplo para nós. Pega a grana e ajuda a Angela Mekel a reflorestar a Alemanha”, declarou.

O Fundo Amazônia foi criado em 2008 para distribuir recursos a projetos de prevenção e combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável das florestas na Amazônia Legal.

Mais cedo, o vice-presidente Mourão informou a jornalistas que está “tudo pronto” para a retomada do fundo.

“É aquela história, se a gente tiver um resultado bom, volta. Está tudo pronto, é só eles darem o sinal verde”, disse Mourão.

Em 2019, o governo Bolsonaro extinguiu os colegiados Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA), que formavam a base do fundo. Desde então, há um imbróglio com os países em torno das mudanças no modelo de gestão dos recursos.

Ainda em 2019, antes da paralisação do fundo, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tentou mudar as regras e anunciou a intenção de destinar os recursos captados para indenizar proprietários de terras que vivem em áreas de unidades de conservação.

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