Embaixadas no Brasil condenam anexação russa de territórios ucranianos
Diplomatas de países ocidentais se manifestaram em evento sediado pela Embaixada britânica em Brasília, nesta quarta-feira (5/10)
atualizado
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Embaixadas de países ocidentais no Brasil condenaram, em evento nesta quarta-feira (5/10), a apropriação de 15% do território ucraniano pela Rússia. Além da Ucrânia e do Reino Unido, que sediou o evento, estiveram na coletiva de imprensa representantes da União Europeia (UE), Noruega, Alemanha, Austrália, Estados Unidos e Canadá.
A anexação foi formalizada na última sexta-feira (30/9) pelo presidente russo Vladmir Putin após a realização de referendos considerados ilegais nas regiões de Donetsk e Luhansk, no leste, Kherson e Zaporizhzhia, ao sul. Fazendo coro à comunidade internacional, diplomatas reforçaram que nações ocidentais não irão reconhecer a apropriação dos territórios.
Encarregado de negócios ucraniano, Anatoliy Tkach defendeu durante a reunião que a “guerra imperialista” de Putin viola a Carta das Nações Unidas e o direito internacional. “A Rússia agravou significativamente a situação: realizou os falsos referendos e renovou a chantagem nuclear do mundo”, afirmou.
“O que está em jogo não é apenas a existência de uma nação soberana, mas também a proteção de valores universais fundamentais para as nossas democracias”.
Tkach lembrou que, segundo a carta das Nações Unidas, “a Ucrânia tem direito de se defender” e afirmou que o país está “determinado a libertar todos os territórios dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
Referendo ilegal
Segundo Ignacio Ybanez, embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, a UE condena o ato e não vai reconhecer a anexação dos territórios. Na visão do bloco, trata-se de uma violação dos direitos internacionais.
“Acho que é um momento decisivo para comunidade internacional, estamos decidindo se queremos o que está estabelecido na carta das Nações Unidas ou se a ‘regra do mais forte’ vai se impor. Logicamente, essa não é nossa vontade”, avaliou Ybanez.
Douglas Koneff, encarregado de negócios dos Estados Unidos, reforçou que a anexação configura uma ofensa a todos os países que valorizam o princípio internacional da soberania, e que ela não será reconhecida pelo governo norte-americano.
Cerimônia de anexação
Na última sexta-feira (30/9), Vladmir Putin, formalizou a anexação de 15% do território ucraniano durante cerimônia no Palácio do Kremlin com políticos e outros aliados do governo. A medida é considerada “ilegal” pela Ucrânia e fere princípios do direito internacional.
No início do evento, o líder russo disse que “as pessoas fizeram suas escolhas”, em referência à vitória proclamada por Moscou nos referendos realizados em Donetsk e Luhansk, no leste, e em Kherson e em Zaporizhzhia, ao sul do país. A votação não foi reconhecida por Kiev e pelos países ocidentais aliados da Ucrânia.
Putin também afirmou que o Ocidente, ao contestar as anexações, “está procurando uma nova forma de destruir a Rússia”, e alegou estar pronto para retomar negociações de um cessar-fogo com Kiev, mas sem abrir mão dos territórios incorporados.