Em um mês, SP tem 52% mais casos de Covid-19 do que nos 100 primeiros dias de pandemia
O governo estadual vem alertando para o recrudescimento da pandemia nas últimas semanas, mas tem encontrado resistência
atualizado
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São Paulo – Entre 27 de novembro e 27 de dezembro, o estado de São Paulo registrou 196.909 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus. O número supera em 52% a quantidade de infectados nos primeiros 100 dias de pandemia. Entre 26 de fevereiro e 4 de junho, foram 129.200 casos confirmados.
Os números atualizados de casos de Covid-19 no estado foram divulgados neste domingo (27/12) pela Secretaria Estadual de Saúde.
Há semanas o governo de São Paulo vem anunciando números de casos e mortes em dezembro superando índices de outros meses.
Esperando minimizar o aumento de casos e de mortes, o governo decretou que todo o estado deveria aderir à fase vermelha do Plano São Paulo, nos últimos dois fins de semana de feriados no ano de 2020.
No entanto, um grupo de nove prefeitos da Baixada Santista resolveu não aderir totalmente ao plano. Seguiram-se a eles outras nove cidades. Na Grande São Paulo, Mogi das Cruzes e Cotia; no interior, Bauru, Olímpia, Catanduva, Socorro; e, no litoral norte, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba.
Em todas essas cidades, as atividades não essenciais permanecem abertas, mas com horários reduzidos. As cidades do litoral dizem que farão barreiras sanitárias durante o feriado de Ano Novo para impedir a chegada de turistas.
Para o Observatório Covid-19 BR, coletivo de cientistas independentes que estudam a disseminação do novo coronavírus, se encaminha um cenário duro de infecção no período pré-vacinação. Para o Observatório, isso se deve em parte “ao recrudescimento da pandemia em estados muito populosos, como Rio de Janeiro e São Paulo”.
“Mesmo sem levar em conta o fato de que no Brasil se testa muito pouco, nossa taxa vem crescendo, e estamos atualmente em 143 casos por 100.000 habitantes por semana. Em perspectiva com outros países, o Brasil já é, de novo, um dos países com a maior taxa de crescimento diário de novos infectados e novos óbitos”, declarou o Observatório.