Em SP, Eduardo Leite exalta “PSDB raiz” e elogia Alckmin e Mário Covas
Governador gaúcho foca sua campanha para prévias em território de Doria, e promete visitar todas as regiões do estado
atualizado
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São Paulo – A uma plateia de cerca de 300 pessoas em um hotel na zona norte de São Paulo, Eduardo Leite prometeu resgatar o “antigo PSDB”, o “PSDB raiz”. E citou como grandes exemplos o ex-governador Geraldo Alckmin, com quem tem conversado, e Mário Covas (1930-2001).
O governador do Rio Grande do Sul tenta conseguir apoio de filiados, prefeitos, vereadores e lideranças tucanas para as prévias do partido em São Paulo, estado onde o governador João Doria é favorito e tem quase um quarto dos filiados de todo o país. Até 21 de novembro, data que vai definir quem será o candidato tucano à Presidência da República, Leite quer visitar todas as regiões do estado.
Na manhã deste domingo (17/10), ele se reuniu com 270 pessoas em Santo André, cidade cujo prefeito, Paulo Serra, articula a campanha no estado. Depois, partiu para um encontro com lideranças na capital, que reuniu cerca de 300 presentes.
Lá, estavam pessoas ligadas ao ex-governador Geraldo Alckmin, como o ex-presidente do PSDB-SP Pedro Tobias. Em sua fala, Tobias chamou Doria de “traidor” e pediu para que ele “pare de mentir” sobre ter sido pobre na infância. Também se viam presentes os vereadores de São Paulo Xexéu Tripoli e Daniel Annenberg e o ex-presidente do PSDB-SP Antonio Pannunzio, entre outros.
Ao exaltar o velho PSDB, Leite disse que quer retomar “o PSDB que se formou em 1989, um partido longe das benesses do poder e perto do pulsar das ruas”.
“O espírito que a gente busca é nas referências da capacidade de Montoro, na de Mário Covas, e na simplicidade de Geraldo. Busco neles a referências, a inspiração. A característica de quem faz política com convicção, com posições claras, mas sem passar por cima de ninguém”, afirmou.
Alckmin
Leite contou que telefonou a Alckmin neste domingo. O ex-governador, que está de saída do PSDB – mas ainda define para qual partido irá –, não marcou posição em nenhum dos lados das prévias. Entretanto, vem dando sinais de apoio a Leite, e membros do partido aliados a ele têm comparecido aos eventos do mandatário gaúcho.
“Torço e trabalharei até o último instante para que Geraldo não deixe o PSDB, por tudo que já fez, porque é onde eu entendo que ele deve ser acolhido. Mas entendo que ele se veja, infelizmente, com pouco espaço no partido”, disse Leite.
Em seu discurso, Leite não citou o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nem do ex-presidente Lula (PT), principais nomes para o pleito presidencial de 2022. Repetiu que não quer ser a “terceira via, mas a melhor via”. E alfinetou Doria: “Quero retomar o PSDB que sabe que é bom se inspirar em práticas da iniciativa privada, mas sabe que política não é ‘business’, não é negócio”.
Os articuladores afirmam que a adesão ao gaúcho “tem crescido” nas últimas semanas, mas admitem a dificuldade de penetrar num estado que é governado por seu principal opositor. Leite pediu aos membros do PSDB que levem seu nome “no coração” em 21 de novembro, ainda que não consigam estampar um adesivo com o seu nome.
“Baixem o aplicativo, votem. Mobilizem as pessoas à sua volta. Quem puder ‘sair do armário’, vivamente, para defender nosso projeto, faça isso com energia e animação. Mas aqueles que não puderem sair do armário, logo em seguida, depois do dia 21, poderão torcer pela gente”, falou.
Ainda neste domingo, Leite vai se reunir com um grupo de empresários, representantes do mercado financeiro e varejistas, em um jantar realizado pelo grupo Esfera Brasil.