Em silêncio, Bolsonaro bate recorde com 3ª semana seguida sem live
Desde que perdeu eleição, Bolsonaro segue recluso no Palácio da Alvorada e só recebe familiares e aliados mais próximos
atualizado
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Pela terceira semana consecutiva, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez sua tradicional live de quinta-feira e bateu um recorde sem realizar as transmissões ao vivo pelas redes sociais. Este é o maior período que o chefe do Executivo federal passa sem fazer as transmissões, que foram realizadas semanalmente desde janeiro de 2019, mesmo quando o mandatário estava em viagens internacionais.
Já se passaram três semanas desde a última live feita por Bolsonaro, em 27 de outubro, às vésperas do segundo turno. Desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 30 de outubro, o presidente não voltou a realizar transmissões em suas páginas e fez apenas um pronunciamento em 1º de novembro, dois dias após o pleito, em que não reconheceu o resultado das urnas.
No período de propaganda eleitoral autorizada, que durou de 16 de agosto até a véspera do segundo turno, em 29 de outubro, Bolsonaro fez 15 transmissões em que pediu votos para sua reeleição ou para aliados.
As lives aconteceram nos dias 18 e 25 de agosto; 1º, 8, 15, 21, 25, 27, 28, 29 e 30 de setembro e 5, 7, 16 e 27 de outubro.
Bolsonaro segue recluso no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, onde recebe diariamente familiares e aliados próximos, como ministros, parlamentares e assessores. A agenda oficial tem sido divulgada com poucos compromissos, todos realizados no Alvorada.
O fluxo de apoiadores no local, que costumava ser grande e diário, reduziu bastante nas últimas semanas. Em nenhum dia desde que perdeu a eleição Bolsonaro cumprimentou seus eleitores no “cercadinho” do Alvorada, como era hábito nos últimos anos, e tampouco falou com a imprensa.
Segundo o colunista do Metrópoles Igor Gadelha, Bolsonaro está com um ferimento na perna que estaria dificultando até mesmo ele vestir calças compridas, o que justifica seu isolamento na residência oficial.
Aliados dizem que Bolsonaro teria ferido a perna durante a campanha, mas não cuidou direito à época. O ferimento, então, teria infeccionado, o que fez com que ele tivesse de tomar antibióticos.
A última vez que se tem notícias de saída do presidente do Alvorada foi no início de novembro, quando ele foi ao Palácio do Planalto encontrar o vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para uma breve conversa.
Assíduo nas redes sociais, Bolsonaro também reduziu o ritmo de postagens e não fala mais diretamente para seu público. Na última quarta-feira (16/11), ele postou uma lista com seus perfis nas redes sociais.
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— Jair M. Bolsonaro 2️⃣2️⃣ (@jairbolsonaro) November 16, 2022
Ausência internacional
Além da escassez de compromissos na capital federal, Bolsonaro se ausentou da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito. Convidado pelo governo egípcio, Lula tem roubado a cena nos debates da conferência e criticado ativamente as políticas ambientais do atual presidente.
Faltando 44 dias para o fim de seu mandato, Bolsonaro também decidiu não comparecer à reunião da cúpula do G20, na Indonésia, realizado entre 15 e 16 de novembro. O grupo reúne os chefes de Estado das 20 maiores economias mundiais. Diferentemente da COP, nesse evento o presidente eleito do Brasil não poderia comparecer para pronunciamentos.