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Em reunião, Valeixo disse que não tinha “apego ao cargo”

A exoneração do diretor-geral da Polícia Federal foi publicada nesta sexta-feira (24/04)

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DENNIS FERREIRA NETO / ESTADÃO CONTEÚDO
EX diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo
1 de 1 EX diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo - Foto: DENNIS FERREIRA NETO / ESTADÃO CONTEÚDO

Em uma reunião realizada por meio de videoconferência, nessa quinta-feira (23/04), o então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo afirmou aos superintendentes regionais da corporação que não tinha “apego ao cargo” e não iria defendê-lo “com unhas e dentes”. Ressaltou, ainda, que não tinha “essa vaidade”.  A exoneração foi publicada nesta sexta-feira (24/04).

A saída de Valeixo, homem de confiança de Moro, vinha sendo cogitada desde o ano passado, quando Bolsonaro quis interferir na gestão da superintendência da PF no Rio de Janeiro. Valeixo ameaçou deixar o comando da PF à época defendendo a autonomia da corporação. Desde então, o delegado vem ensaiando a sua saída, mas sempre aguardando o aval do ministro da Justiça.

Com a exoneração, nomes passaram a ganhar força na sucessão do comando da corporação. No entanto, o fator determinante para a escolha do substituto de Valeixo é a permanência de Sérgio Moro, no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Nessa quinta-feira (23/04), Moro ameaçou deixar o cargo, caso a chefia da PF fosse trocada. O ministro convocou uma coletiva para 11h desta sexta-feira (24/04).

Se permanecer no cargo, o ministro deve indicar pessoas próximas a ele e, no atual cenário, o nome mais forte ligado ao ex-juiz é o do delegado da PF Fabiano Bordignon, diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Bordignon, inclusive, teria sido sondado nessa quinta-feira (23/04) para assumir o cargo. Ele está no Depen desde que o ministro assumiu o cargo. O policial se destaca por ter ampla experiência no sistema carcerário, na cooperação internacional e no combate às facções criminosas. Ele também é conhecido por ser um homem de diálogo. Antes de assumir o Depen, Bordignon era diretor-geral da superintendência da PF em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Outro nome cotado, que tem bom trânsito no Planalto e boa relação com o ministro, é o também delegado da PF Alexandre Ramagem, que atualmente ocupa a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Conselheiros de Bolsonaro da área militar veem com bons olhos o nome de Ramagem, apesar de ressaltarem o conflito que isso causaria com Moro, por ser uma imposição do presidente. Ele chefiou a segurança de Bolsonaro no período de campanha.

Os filhos do presidente, por outro lado, simpatizam com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, também da PF. Torres, inclusive, se reuniu com Bolsonaro algumas vezes nesta semana, mas não teria sido sondado. Moro, porém, não aprova o atual secretário de Segurança para o cargo.

Anderson teria se movimentado no ano passado para ocupar o cargo de Valeixo, o que gerou reação do ministro e dos próprios integrantes da PF.

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