Em reunião, presidente da Caixa diz que trabalho remoto é “frescurada”
“Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem esse negócio, essa frescurada de home office”, reclamou Pedro Guimarães
atualizado
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Durante a reunião ministerial em que o ex-ministro Sergio Moro apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, reclamou do trabalho remoto de servidores.
Pedro falava de uma negociação de publicidade com uma emissora de TV, quando reclamou das “porradas” que levava da imprensa.
Neste momento questionou o home office. “Olha vocês tão em casa? Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já visitei 15 agências, e você em casa?”, contou.
Ele citou o pagamentos, mas sem detalhar, como argumento contra o afastamento do trabalho. “Quer dizer, eu posso ter 30 mil brasileiros nas agências. Sabe quantas pessoas a Caixa está pagando hoje? Sete milhões de pessoas e todo mundo em home office. Que porcaria é essa?”, reclamou.
Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.
Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião presidencial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.
No último dia 12 de maio, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu a pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo — a AGU, por outro lado, que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.
Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF: