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Em reunião, Doria e Pazuello trocam farpas sobre vacina contra a Covid-19

Governador chegou a falar sobre possíveis razões político-ideológicas para o governo não comprar a Coronavac, desenvolvida no Butantan

atualizado

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Governador de São Paulo, João Doria, apresenta cronograma de vacinação da Coronavac.
Doria e coronavac
1 de 1 Doria e coronavac - Foto: Governador de São Paulo, João Doria, apresenta cronograma de vacinação da Coronavac.

A reunião do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com governadores, nesta terça-feira (8/12), teve momentos de tensão, protagonizados principalmente entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que fez questionamentos sobre os investimentos do governo para obter de forma rápida uma vacina, e o chefe da pasta.

Doria chegou a falar sobre possíveis razões político-ideológicas para o governo federal não comprar a Coronavac. Pazuello, por sua vez, retrucou dizendo que não há vacina de São Paulo e, sim, do Instituto Butantan, que vai produzir o imunizante de tecnologia chinesa.

“A vacina do Butantan não é do estado de São Paulo, é do Butantan”, disse Pazuello.

Doria havia ressaltado que o Ministério da Saúde já tinha se comprometido a gastar R$ 1,9 bilhão com a vacina da AstraZeneca e R$ 2,5 bilhões com o consórcio Covax Facility, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenvolvimento de vacinas. No entanto, segundo o tucano, o governo não investiu na vacina chinesa.

“A Coronavac não teve nenhum investimento feito pelo governo federal. Ela também ainda não foi aprovada. O que difere, ministro, a condição e sua gestão como ministro da Saúde de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica, política ou de falta de interesse em disponibilizar mais vacinas, sendo que, no total, temos 300 milhões de doses para sair a partir de fevereiro do próximo ano e vamos precisar de mais de 400 milhões de doses”, alfinetou.

“Se é fato que o senhor tem as vacinas, por que não iniciar imediatamente a vacinação dos brasileiros?”, completou.

“O governo já pagou R$ 830 milhões para o consórcio Covax, sem a vacina. O seu ministério pagou à Astrazeneca R$ 1,3 bilhão, sem a vacina. E a Coronavac, que é a vacina do Butantan, que já temos aqui uma parcela considerável… O senhor, em reunião com 24 governadores, anunciou que compraria 46 milhões de doses e, infelizmente, o presidente da República o desautorizou, foi deselegante com o senhor e impediu que a sua palavra fosse mantida perante os governadores. O seu ministério vai comprar a vacina Coronavac, sendo aprovada pela Anvisa, sim ou não?”

O ministro disse que “tentar acelerar é justo, mas não pode abrir mão de segurança e eficácia”. “Já falei para todos os governadores: a vacina do Butantan não é do estado de São Paulo, é do Butantan. Não sei por que o senhor fala tanto como se fosse do estado. Ela é do Butantan. É o maior fabricante de vacina do nosso país. E é respeitado por isso”, rebateu.

Pazuello afirmou que, quando a vacina estiver registrada, vai avaliar a demanda e, “se houver preço”, fará a compra de doses do imunizante chinês.

Após o encontro, em um tom mais ameno, o governador postou, em conta nas redes sociais, que fez um apelo ao ministro pela vacina. “Ressaltei a importância de deixar de lado questões políticas e ideológicas quando o assunto é salvar vidas”, escreveu.

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