Em reunião com Pfizer, governo acerta 14 milhões de doses até junho
Presidente Jair Bolsonaro e ministros se reuniram com CEO da empresa, Albert Bourla, e definiram antecipação de doses em maio e junho
atualizado
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O governo brasileiro acertou, nesta segunda-feira (8/3), com a farmacêutica norte-americana Pfizer, a antecipação de 5 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, totalizando 14 milhões de unidades do imunizante no primeiro semestre de 2021.
O assessor especial do Ministério da Saúde Airton Soligo informou que o volume total de 99 milhões de doses em 2021 se mantém, mas haverá uma antecipação da entrega.
“Tínhamos uma previsão da Pfizer de 99 milhões de vacinas esse ano. O que prevê o contrato: 2 milhões em maio, 7 milhões em junho e 10 milhões até o início do último trimestre. O que presidente da Pfizer garantiu ao presidente Bolsonaro hoje: a antecipação de 5 milhões do segundo semestre para maio e junho”, informou Soligo em entrevista no Palácio do Planalto.
“Ou seja, dos 9 milhões que nós tínhamos previsto, se incorporarão mais 5 milhões de doses, passando para 14 milhões”, continuou.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ministros de Estado se reuniram esta manhã, por videoconferência, com o CEO da Pfizer, Albert Bourla. O encontro não estava previsto na agenda oficial das autoridades.
Além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do advogado-geral da União (AGU), José Levi Mello, compareceram à conferência os ministros da Economia, Paulo Guedes; da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto; e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Bolsonaro fala em fechar contrato com Pfizer pela “agressividade” do vírus no Brasil.
“Em havendo, repito, possibilidades, nós gostaríamos de fechar contratos com os senhores, até pela agressividade que o vírus tem se apresentado no Brasil. Muito obrigado a todos, bom dia e Deus nos abençoe”, disse Bolsonaro ao CEO da empresa.
Após a reunião, Guedes afirmou que a Pfizer aumentou a produção diária de 1,5 milhão para 5 milhões de doses, o que permitiu essa antecipação.
“Nossa grande luta, grande guerra, como economia e saúde andam juntas, é antecipar a vacinação em massa. Então, todo o esforço é para antecipar”, ressaltou Guedes.
Segundo o ministro, o acordo está fechado, mas ainda não há assinatura do contrato. “Está fechado, agora eles vão escrever, assinar.”
Disputa por imunizantes
De acordo com o ministro da Economia, está havendo grande disputa pelos imunizantes em todo o mundo. “Está havendo uma disputa muito grande. A Europa está ameaçando proibir exportações da produção da Pfizer na Europa, então tem restrições, porque todos querem vacinar suas populações”, continuou.
“A melhor resposta a isso é produzir muito mais, eles [Pfizer] passaram de 1,5 milhão diárias para 5 milhões e eles querem continuar aumentando. Ele [CEO da Pfizer] se comprometeu, ‘Olha, o Brasil é muito importante, 200 milhões de brasileiros…’. Então, ele se comprometeu a olhar para essa expansão potencial, da mesma forma como vão aumentar para todo mundo. A produção está aumentando, eles vão aumentar para todo mundo. Então, vai olhar com carinho também para futuros aumentos na produção para o Brasil”, disse Guedes.
No fim de fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro definitivo à vacina contra Covid-19 produzida pela Pfizer/BioNtech. O imunizante é o primeiro desta modalidade aceito no Brasil – os anteriores foram outorgados em caráter de uso emergencial.