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Em posse, João Jorge Rodrigues promete reconstruir a Fundação Palmares

Mestre em direito e fundador do Olodum, João Jorge Santos Rodrigues agora preside a Fundação Cultural Palmares

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O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Santos Rodrigues, tomou posse oficialmente nesta quinta-feira (27/4). Ele foi nomeado em 21 de março, Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial, mas a cerimônia de posse ficou para esta semana.

No evento, Rodrigues prometeu “fazer a Palmares de novo”, após um período que disse ter sido de desconstrução da promoção e preservação dos valores culturais da população negra do país, que é a missão do órgão.

“A Palmares é do povo brasileiro”, disse João Jorge Rodrigues.

“Por isso, essa instituição tem sido tão perseguida, a ponto de quererem trocar o nome da Fundação. Porque pensam que Zumbi e os quilombos não podem representar os negros. Porque se pensa que, para a população negra avançar, precisa de uma libertadora ou um libertador”, discursou o presidente da fundação.

João Jorge, um dos fundadores do Olodum, é mestre em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e produtor cultural. No serviço público, foi membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) de 2009 até 2016 e diretor da Fundação Gregório de Matos, órgão cultural da Prefeitura de Salvador, entre 1986 e 1998. É autor do livro Fala Negão: Um discurso sobre Igualdade (2021) e filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), o mesmo do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Na Fundação Palmares, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Jorge substitui um dos gestores mais polêmicos do governo de Jair Bolsonaro, o jornalista Sérgio Camargo.

Camargo passou a gestão antagonizando com o movimento negro, quis mudar o nome do órgão para Princesa Isabel, tentou se desfazer de parte da biblioteca da Palmares e entrou em polêmicas com personalidades negras. Candidato a deputado federal pelo PL em São Paulo nas últimas eleições, não foi eleito.

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O presidente Lula, que passa o dia em agendas no Palácio da Alvorada após voltar de viagem de uma semana para Portugal e Espanha, não participou do evento de posse, mas parabenizou João Jorge pelas redes sociais. Veja:

Presente na cerimônia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse em seu discurso que João Jorge Rodrigues “é um dos heróis contemporâneos” da histórica luta do povo negro. Ela também fez críticas à gestão que o antecedeu, sem citar nominalmente Sergio Camargo.

“Empossar João Jorge é uma resposta ao que aconteceu na gestão anterior, ao desrespeito ao legado do povo afrobrasileiro, à falta de consciência pelo que passaram os nossos antepassados”, argumentou a ministra.

“É repugnante lembrar que uma pessoa negra teve a pachorra de falar que a escravidão foi boa para o nosso povo. A ignorância, a falta de respeito, a falta de humanidade, a falta de consciência, a perversidade que a escravidão revelou torna-se mais dolorida quando a pessoa negra tem o sadismo de dizer essa palavras. Ser carrasco dos desvalidos é a pior covardia que se pode praticar”, criticou.

“Trezentos e oitenta e oito anos de escravidão que vivenciamos no Brasil foi uma das maiores feridas que um povo foi submetido na história da humanidade. Assim como a abolição da escravatura feita aqui, sem direitos, sem amparo, sem comida, sem trabalho, sem nada. Como isso pode ser bom para alguém? A indenização do Estado veio para quem escravizava, veio para o algoz, veio para os brancos”, continuou a ministra.

Além de receber personalidades, diplomatas de vários países e abrigar discursos, a cerimônia de posse de João Jorge Rodrigues celebrou a cultura negra, com apresentações culturais e de cunho religioso. Primeiro, o Grupo Cultural Obará executou o Canto de Saudação para Exú. Em seguida, o maestro José Barbosa Filho, da Igreja Cristão de Brasília, cantou Rio Profundo.

Veja a íntegra da posse de João Jorge:

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