Em Nova York, Haddad diz que não há “jogo de empurra” no Brasil
Antes de jantar com investidores, ministro diz que crise no RS mostrou união de esforços entre estados, municípios e governo federal
atualizado
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Nova York — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, neste domingo (22/9), ao chegar a um jantar com investidores na Upper East Side, perto da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), que interlocutores nos Estados Unidos não mencionaram a tragédia no Rio Grande do Sul e as queimadas no país.
“Não foi mencionado [esse assunto] por esses interlocutores. Mas, assim, a capacidade de resposta que nós demos no Rio Grande do Sul mostra que, quando há um pacto federativo, com governadores e prefeitos, a resposta vem mais rápido”, afirmou Haddad à imprensa brasileira.
E continuou: “Se você fica em um jogo de empurra para quem tem de resolver o problema, e não unir esforços em torno do que é urgente, aí, você vai ter mais dificuldades”.
Haddad disse que o enfrentamento às enchentes no Sul é “um bom exemplo de um ganha-ganha”, e acrescentou que a Casa Civil agora busca replicar essa metodologia de trabalho no combate aos incêndios, com a convocação de governadores de estados afetados.
Economia
Sobre o posicionamento do Brasil para atrair investimentos nessa viagem, Haddad falou que o Brasil voltou a crescer, após 10 anos produzindo déficits públicos.
“Vamos ter o melhor resultado em 10 anos, com exceção da maquiagem que foi feita em 2022, que envolveu calote e privatizações atabalhoadas e suspeitas”, criticou. Segundo ele, há confiança para o empresariado, sem alinhamento ideológico.
Sobre a alta de juros impactar as negociações, Haddad adiantou esperar que não. “Não. Não porque vai ser, na minha opinião, temporária. Nós vamos retomar em seguida, assim que as coisas estiverem nos eixos, a trajetória sustentável de queda de juros”.
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano.