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Em nota, Conselho de Arquitetura de SP alerta sobre “novas tragédias”

Associação chamou a atenção para descaso do poder público com patrimônio histórico e cobrou implantação de uma política habitacional

atualizado

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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo criticou, em nota divulgada na tarde desta terça-feira (1º/5), o “descaso do Poder Público” com a situação urbanística da capital paulista e da política habitacional da cidade.

No texto, o CAU lembra que existem “outras construções em situação idêntica” na área onde ficava edifício Wilton Paes de Almeida – no Largo Paissandu, região central da cidade – e cobra do governo uma Política Habitacional Nacional e a preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo.

O prédio incendiado foi projetado na década de 1960 pelo arquiteto Roger Zmekhol e tombado, em 1992, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.

O conselho lembra ainda que, apesar do status, a construção estava “degradada por abandono, falta de manutenção e sucessivas ocupações informais e desorganizadas”.

“Antes que novas tragédias aconteçam, é hora de uma ação política urbana articulada, séria e eficaz a respeito. Não apenas pelos edifícios icônicos, mas sobretudo por justiça social”.

Confira o texto na íntegra:

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo se solidariza com as famílias das vítimas do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida e lamenta que a tragédia torne explícito mais um exemplo do descaso do Poder Público, em todas as esferas, com o atual quadro urbanístico das nossas cidades e com ausência recorrente de uma Política Habitacional Nacional consistente aliada a preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo.

O edifício, projetado pelo arquiteto Roger Zmekhol, em 1961, era um dos melhores exemplos da arquitetura moderna na cidade e foi tombado, em 1992, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.

No entanto já estava degradado por abandono, falta de manutenção e sucessivas ocupações informais e outras organizadas. Sem se entenderem, o governo, nas diversas esferas e a Justiça permitiram que o cenário fosse se perpetuando, o que adiou sua possível recuperação e nova destinação, com potencial para amenizar a precária situação habitacional do centro e dar melhor uso à infraestrutura da região.

Há muitas outras construções em situação idêntica na área. Antes que novas tragédias aconteçam, é hora de uma ação política urbana articulada, séria e eficaz a respeito. Não apenas pelos edifícios icônicos, mas sobretudo por justiça social.

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