Em nota, CBG fala em “providências urgentes” contra abusos sexuais
Ex-técnico da seleção de ginástica artística é acusado por pelo menos 42 atletas ou ex de ter cometido abusos sexuais
atualizado
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A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) divulgou nota oficial na qual se manifesta sobre as denúncias veiculadas no programa Fantástico, da TV Globo, contra o ex-treinador da seleção masculina, Fernando de Carvalho Lopes. Ele é acusado por pelo menos 42 ginastas ou ex-ginastas de ter cometido abusos sexuais enquanto trabalhava como técnico do Movimento de Expansão Social Católica (Mesc), de São Bernardo do Campo (SP). Nesta segunda-feira (30/4), o clube anunciou o afastamento de Fernando de suas funções. Por meio do seu advogado, Luís Ricardo Davanzo, ele afirmou ser inocente.
De acordo com a reportagem do Fantástico, mais de 80 pessoas foram ouvidas. Destas, 42 alegaram ter sido vítimas de algum tipo de abuso físico, moral ou sexual por Fernando. O técnico fez carreira no Mesc e integrou, durante dois anos, a comissão técnica da seleção.Os relatos apontam para um comportamento padrão do treinador: ele se aproveitava das instruções durante a execução dos exercícios para apalpar nádegas e genitais dos atletas. Também os abordava enquanto tomavam banho no vestiário ou estavam na sauna.
Em nota enviada à imprensa, a CBG afirma que trabalha em parceria com o Ministério do Trabalho e promete tomar providências urgentes para apurar casos de abusos sexuais na modalidade. “A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), por meio desta, informa que adotará providências urgentes, em consonância com orientações do Ministério Público do Trabalho, órgão que tem cooperação nessa área, no sentido de avaliar o melhor procedimento que o caso requer”, disse trecho do comunicado.
A entidade ainda informa que “fará a oitiva do treinador Marcos Goto sobre a acusação de comportamento inadequado”. Goto é o treinador de Arthur Zanetti, um dos maiores ginastas brasileiros de toda a história (ele foi ouro em Londres-2012 e prata no Rio-2016). Segundo a denúncia do Fantástico, ele sabia dos abusos do colega, mas não denunciou o fato às autoridades.
No final do comunicado, a confederação afirma que “nenhum caso de assédio ou abuso ficará sem rigorosa apuração e eventual sanção, conforme a hipótese”.