Em meio à tensão, reunião de líderes da Câmara com Haddad é cancelada
Cancelamento teria ocorrido a pedido da pasta chefiada por Haddad, mas líderes demonstraram desinteresse com a reunião
atualizado
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Em meio à tensão entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o Palácio do Planalto, foi cancelada uma reunião que os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) teriam com os líderes partidários da Casa.
O Metrópoles apurou que o encontro, que ocorreria entre 16h30 e 18h na sede da Fazenda, teria sido cancelado a pedido da equipe de Haddad, mas que alguns líderes demonstraram desinteresse com a reunião ou nem sabiam da agenda. O encontro abordaria a pauta do início do ano legislativo e não contaria com a presença de Lira.
Segundo a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (União-BA), aliado de Lira, manifestou surpresa quando foi indagado sobre o encontro.
Enquanto isso, segue prevista a reunião dos dois ministros com os líderes do Senado. Essa agenda ocorreria entre 15h e 16h30, mas, após o cancelamento do encontro com deputados, foi adiada e terá início somente às 16h30.
Na segunda-feira (5/2), na sessão de abertura do ano legislativo, Lira fez um discurso com cobranças ao ministro Padilha, responsável pela articulação política, e ao governo federal.
“Errará ainda mais apostar na omissão desta Casa – que tanto serve e serviu ao Brasil – em razão de uma suposta disputa política entre a Câmara dos Deputados e o Poder Executivo. Para esses que não acompanharam nosso ritmo de entregas e realizações, deixo, humildemente, um importante recado: não subestimem esta Mesa Diretora! Não subestimem os membros desta Legislatura”, discursou Lira.
Entre os descontentamentos, está o veto presidencial a R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão e a acusação de que o governo não tem respeitado acordos.
Outro tema que Haddad e Padilha tratariam com deputados diz respeito à alternativa apresentada à prorrogação da desoneração da folha de pagamento. O governo editou, no fim do ano passado, uma medida provisória (MP) para a reoneração gradual dos setores, mas ela tem encontrado resistência entre parlamentares.
Haddad diz querer ouvir Congresso sobre alternativa à desoneração
Apesar da insatisfação e pressão pela troca de Padilha, o presidente Lula (PT) destacou a aliados que não demitirá o auxiliar do cargo de ministro das Relações Institucionais. Alvo de fritura do Centrão, o ministro disse, também na reabertura dos trabalhos da Câmara e do Senado, que o governo “nunca rompeu e nunca romperá relação com o Congresso Nacional”.