Em meio à pandemia, secretário da Saúde de Witzel pede exoneração
Fernando Ferry é o segundo secretário a deixar o cargo em um mês. Edmar Santos foi exonerado por suspeitas em contratos da pasta
atualizado
Compartilhar notícia
O médico Fernando Ferry anunciou que irá pedir a exoneração do cargo de secretário da Saúde do governo de Wilson Witzel (PSC), no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (22/06). Há pouco mais de um mês no cargo, o professor universitário pediu “desculpas” à população por deixar a função em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Hoje estou pedindo exoneração do meu cargo de secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Queria dizer que eu tentei. Eu agradeço ao governador por ter me dado esta oportunidade de tentar resolver estes graves problemas que estamos vendo na saúde. Eu só queria dizer mais uma coisa: peço desculpas à população. Mas a única coisa que eu tenho a falar: eu tentei. Obrigado e espero que vocês me desculpem”, disse Ferry em um vídeo gravado e enviado ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
Ferry assumiu o cargo no último dia 17 de maio, após seu antecessor, Edmar Santos, ser exonerado por atrasos na instalação dos hospitais de campanha e por ter seu nome envolvido em denúncias de fraudes na licitação para a compra de respiradores.
Ferry é clínico-geral e especialista em AIDS. Antes de assumir a secretaria, ele era diretor-geral do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle e foi professor associado de Clínica Médica e Aids da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial do estado. Witzel enfrenta uma série de problemas políticos e jurídicos a frente do governo.
O governador foi alvo da Operação Placebo, da Polícia Federal, no último dia 26 de maio, no Rio de Janeiro. A ação apurava indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública devido ao novo coronavírus.
Na sequência, deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deram início ao processo de impeachment do governador. Em sua defesa, Witzel disse estar “tranquilo” da sua inocência. O governador ainda não se pronunciou sobre a demissão do secretário.