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Em meio a luto por Vinhedo, morte de Eduardo Campos completa 10 anos

Político disputava a presidência da República quando avião em que estava caiu em Santos, numa manhã do dia 13 de agosto de 2014

atualizado

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Alexandre Schneider/Getty Images
Imagem colorida do local da queda do avião onde estava João Campos
1 de 1 Imagem colorida do local da queda do avião onde estava João Campos - Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

Enquanto o Brasil acompanha o drama das famílias de 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo (SP), a tragédia aeronáutica que tirou a vida do político Eduardo Campos completa 10 anos nesta terça-feira (13/8).

Então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos viajava pelo Brasil durante a campanha, quando houve o acidente. Ele era considerado um político ainda jovem – tinha 50 anos – e com importante capital político, principalmente no Nordeste.

A tragédia ocorreu quando o Cessna, matrícula PR-AFA, perdeu controle em voo e se chocou com o solo no Bairro Boqueirão, em Santos, às 10h03 daquela quarta-feira. A partida tinha sido do Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro, às 9h21. Além do político, morreram quatro passageiros e dois tripulantes. Em solo, três pessoas ficaram feridas sem gravidade.

O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre as causas do acidente foi detalhado em 259 páginas. Nelas, foram apuradas dezenas de itens sobre o ocorrido.

Foram verificadas informações como formação e experiência da tripulação, gravadores de voo, protocolos de navegação, condições meteorológicas, entre outras. Embora sejam situações distintas, para se ter ideia, o relatório final do acidente com o avião da Gol, em 2008, que matou 154 pessoas, tem 261 páginas.

Arte da queda do avião de Eduardo Campos

O zelo com a riqueza de detalhes na investigação foi construído em um contexto de circulação de muitas teorias conspiratórias, dado que o acidente envolvia um político de relevância no Brasil e em plena disputa eleitoral.

Causas

A conclusão do relatório tem 35 fatos relevantes no acidente. A seção “fatores contribuintes” para a tragédia possui 13 itens. Destes, nove foram qualificados como “indeterminado”, ou seja, não foi possível afirmar com clareza que favoreceram o acidente. Outros quatro elementos aparecem como “contribuiu”.

A aproximação para o aeroporto, conforme o relatório, foi realizada de forma diferente da prevista, o que significava falta de aderência aos procedimentos e que “culminaram com uma aproximação perdida”. Isto teria ocorrido pelo nível de confiança do piloto na própria capacidade operacional, “haja vista suas experiências anteriores”.

O relatório também cita que o piloto foi submetido à desorientação espacial, ocasionada por vários fatores. O fator “indisciplina de voo” foi apontado como uma das causas da tragédia por ter feito desvios sem causa identificada.

Semelhança com acidente de Vinhedo

Assim como no voo que caiu em Vinhedo, havia a atuação de uma frente fria. Quando o avião do candidato decolou, o tempo era bom no Rio de Janeiro. Em Santos, havia névoa, mas sem maiores problemas. Quando houve a tentativa de aterrissagem, o tempo já havia mudado e diminuído a visibilidade, embora não houvesse restrição para a aproximação e pouso.

Com a morte de Eduardo Campos, a então vice dele na chapa, Marina Silva, assumiu o posto de candidata à Presidência. Ela chegou a aparecer empatada com Dilma Rousseff na liderança de pesquisas. Marina foi fortemente bombardeada pelos adversários Aécio Neves e Dilma Rousseff, e acabou o primeiro turno em terceiro lugar. Dilma venceu Aécio no segundo turno.

Tragédia de Vinhedo

O avião que caiu em Vinhedo (SP) havia decolado de Cascavel (PR), às 11h58, e tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele perdeu sustentação e caiu no quintal de um condomínio residencial. Todos os ocupantes da aeronave morreram.

Uma das hipóteses é que tenha havido formação de gelo nas asas, o que teria feito a aeronave perder o equilíbrio e entrar “em parafuso-chato”, colidindo com o solo na sequência. As causas são investigadas pelo Cenipa, e o Instituto Médico Legal (IML) trabalha na liberação dos corpos para os familiares.

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