Em meio a incertezas, Guedes diz que Bolsonaro tem “muita confiança” nele
Ministro da Economia insiste na volta ao ajuste fiscal no ano que vem, sem pensar em furar o teto de gastos. “Brasil está voltando”, promete
atualizado
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Após uma tarde de despachos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou seu compromisso com o ajuste fiscal nesta segunda-feira (17/8), tentando acalmar um mercado financeiro que já não confia tanto em seu poder de “posto Ipiranga”.
“Existe muita confiança do presidente em mim e minha no presidente”, garantiu o ministro em conversa com jornalistas nesta noite. “Nos conhecemos há dois anos e meio, estamos convivendo e eu não tive ainda nenhum ato que me indicasse que eu não devesse confiar no presidente”, assegurou ainda.
Para Guedes, Bolsonaro está ciente da necessidade de não ampliar para o ano que vem os gastos extraordinários deste ano. “Eu acho que nos momentos decisivos, que já aconteceram duas ou três vezes, o presidente me apoiou”, avaliou ele, sobre sua influência sobre o presidente.
“Esse ano é compreensível. Estamos salvando vidas, no mundo inteiro foi assim. Outra coisa é não deixar o que ocorreu esse ano ser permanente e começa a voltar ao pesadelo que era antes. O presidente entende isso”, insistiu Guedes.
O ministro diz que busca resolver as pressões por mais investimentos por meio de um remanejamento de recursos. “Conversa dentro do governo, de alguém propor furar teto, isso é ruim”, advertiu, em uma provocação aos ministros “desenvolvimentistas”, como os da ala militar. “Existe forma de abrir espaço pra investimento? Existe e é o pacto federativo”, completou, em um recado ao Congresso.
“Brasil está voltando”
O ministro voltou a dizer que o Brasil irá “surpreender o mundo” na resposta à crise que veio de carona com a pandemia de coronavírus. “O Brasil estava bem, estava crescendo acima dos 2% quando fomos atingidos pelo coronavírus”, avaliou ele.
“E estamos melhorando mês a mês. Chegaram a prever que o tombo no PIB brasileiro seria de 11%, hoje tem quem fale em -4%”, comemorou.