Em livro, Monica Benício diz se culpar pela morte de Marielle Franco
Com o título Marielle & Monica: Uma História de Amor e Luta, o livro foi lançado em um evento no Rio de Janeiro neste sábado (13/4)
atualizado
Compartilhar notícia
A vereadora do Rio de Janeiro Monica Benício (PSol), viúva de Marielle Franco, lançou, neste sábado (13/4), um livro sobre o relacionamento do casal e o luto após a morte da companheira, assassinada em 2018.
Com o título Marielle & Monica: Uma História de Amor e Luta, o livro foi lançado em um evento no Rio de Janeiro nesta tarde, com a participação da deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ).
No livro, Monica narra o início e os detalhes do relacionamento com a vereadora assassinada em 2018 e o luto após a morte. Ela também conta como foi a descoberta de um novo amor após enfrentar a perda da companheira.
Em entrevista à revista Marie Claire, ela falou sobre a culpa pela morte de Marielle. E deixa muito claro no livro, quando diz que se sentiu “constrangida” porque ela acordava todo dia e a então companheira, não.
Em um dos capítulos mais duros, Monica também relembra dos pensamentos suicidas, que foram superados pelo sentimento de amor. “Amor para mim, eu não vou saber nomear para você, mas é o que me salva todo dia. É o que me salva de não ter cometido suicídio, como no relato do livro, eu disse que tinha uma pulsão nesse sentido”, contra na entrevista para a revista.
“6 anos sem saber porque minha esposa não chegou para o jantar. 6 anos do primeiro dia do resto da minha vida. 6 anos sem justiça. 6 anos sem ela. 6 anos é tempo demais”, escreveu em uma publicação no Instagram.
Na obra, Monica relata como foram as últimas horas com Marielle. Ela conta que almoçou no gabinete da vereadora no dia do crime, sem imaginar o que aconteceria horas depois.
“Quando a porta do elevador foi se fechando, me esforcei para olhá-la até a última fresta se encerrar. Essa foi a última vez que vi meu grande amor, minha mulher, com vida”, narra Monica em um dos trechos do livro, divulgado nas redes sociais.
Os mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson
O deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, foram presos em março.
O trio é acusado pela Polícia Federal (PF) como sendo mandante dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Segundo relatório da PF, o crime teria sido idealizado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e meticulosamente planejado por Rivaldo Barbosa.
Além disso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, indicou que a motivação do crime tem relação com a disputa fundiária no Rio de Janeiro.
Chiquinho Brazão teve a prisão decretada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e referendada pela Câmara dos Deputados. O parlamentar também enfrenta um processo que pode cassar seu mandato no Conselho de Ética e Decoro Paralamentar na Câmara.