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Em live sobre relatórios do BNDES, Bolsonaro admite: “Foi tudo legal”

Presidente voltou a culpar governos do PT e Congresso por meio trilhão de reais usados “inadequadamente” dentro e fora do Brasil

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer nesta quinta-feira (27/1) que não houve caixa-preta no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A declaração foi feita durante transmissão ao vivo nas redes sociais: Bolsonaro havia dito que apresentaria relatórios do banco comprovando irregularidades em bancos oficiais, estatais e ministérios nos últimos 20 anos, mas acabou admitindo que não existem ilegalidades.

“Tudo foi legal. Não houve caixa-preta. Caixa- preta era aquele período, onde não podia se divulgar nada, inclusive os contratos com outros países por decisão judicial”, afirmou Bolsonaro, ao lado do presidente da estatal, Gustavo Montezano.

Veja o momento:

Para a live desta quinta, o presidente vinha prometendo divulgar relatórios da estatal para mostrar as irregularidades do banco durante governos petistas. Bolsonaro, no entanto, não divulgou fatos novos e repetiu que, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar a comandar o Palácio do Planalto, “todos os crimes ocorridos durante a gestão do petista irão se repetir”.

“Vai acontecer o que aconteceu no passado. Não vai ser diferente. O que a gente tem informações aqui – eu não tenho provas – é que está tudo pronto para o futuro possível governo do Lula. Muitos desses atores do passado vão retornar. E vão voltar fazendo a mesma coisa ou até pior. Acho até que, se voltarem, vão voltar para nunca mais sair daqui [do poder]”, disse Bolsonaro.

“Vai voltar a fazer a mesma coisa, afinal de contas está no DNA do PT fazer essa besteiras aí. Cabe ao eleitor decidir o que ele quer para o futuro do seu país ou para o futuro de si próprio”, prosseguiu.

Garantia em “charutos”

Durante a live, Bolsonaro citou um empréstimo do BNDES a Cuba, durante a gestão Lula, para a construção do Porto de Mariel, em território cubano. Em troca, diz o atual chefe do Executivo federal, o Brasil aceitou charutos como garantia, caso o governo cubano não conseguisse pagar o empréstimo.

Segundo Bolsonaro, a dívida, corrigida pela inflação, é de R$ 3,6 bilhões. “Você imagina, R$ 3,6 bilhões em charuto? […] É muito amor por Fidel Castro. Com toda certeza”, ironizou Bolsonaro.

Apesar da fala do presidente, não é correto dizer que Cuba daria charutos ao Brasil em caso de inadimplência. O acordo era que, se fosse o caso, Cuba teria de dar ao Brasil os valores recebíveis de vendas de charutos domésticos. O governo brasileiro poderia, então, penhorar aas vendas de charutos.

De acordo com dados obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo no ano passado, até setembro de 2018 Cuba havia pago R$ 293 milhões da dívida com o BNDES. A partir de então, surgiu inadimplência nos pagamentos e o banco acabou acionando o seguro do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), uma medida para cobrir calotes em operações de empresas nacionais fora do país.

Sem irregularidades

O presidente fala sobre a “caixa-preta do BNDES” desde a campanha eleitoral de 2018, quando dizia que iria abrir o que chamou de “caixa-preta do BNDES”. De acordo com Bolsonaro, a caixa-preta revelaria os supostos esquemas durante as gestões dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

O presidente dizia que o dinheiro público era desviado para países e organizações ligadas ao Foro de São Paulo. O grupo, criado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 1990, é integrado por organizações e partidos de esquerda na América Latina e no Caribe.

No primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, o BNDES desembolsou R$ 48 milhões em uma auditoria nos contratos de empréstimos do banco a empresas e governos estrangeiros. A inspeção, no entanto, não encontrou indícios de irregularidades.

Ao fim da investigação, que durou quase dois anos, o BNDES elaborou um relatório de oito páginas, no qual diz que não foram encontradas evidências diretas de corrupção em oito operações realizadas entre 2005 e 2018, com empresas como a JBS, Bertin e Eldorado Brasil Celulose.

No ano passado, o presidente já tinha admitido estar convencido de que não existia caixa-preta no BNDES.

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