Em Genebra, defesa de Lula diz que ele é vítima de uma “farsa”
Segundo advogado britânico, ex-presidente “continua lutando” para manter seus direitos políticos, mas sua situação é “dramática”
atualizado
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta terça-feira, (03/7) a difundir fora do Brasil a tese de que o petista é vítima de uma “farsa”, pela qual vem sendo impedido de fazer sua pré-campanha ao Palácio do Planalto. O advogado que defende o petista nas Nações Unidas, Geoffrey Robertson, concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa estrangeira, na qual afirmou que Lula foi condenado em um processo em que não teria sido encontrada nenhuma evidência de contrapartida para os supostos atos de corrupção atribuídos a ele.
A coletiva ocorreu em Genebra, onde fica o Comitê de Direitos Humanos da ONU. O advogado britânico disse que o ex-presidente “continua lutando” pela sua liberdade e para manter seus direitos políticos, mas que a situação está se tornando “dramática” devido à proximidade do período eleitoral.
O advogado, que falou ao lado de Valeska Teixeira Zanin Martins, que também integra a defesa do petista, reiterou críticas ao processo conduzido pelo juiz Sergio Moro e disse que ele se comportou como os “juízes da inquisição”. “É como se a polícia conduzisse uma investigação e depois tirasse o capacete e colocasse a toga”, comparou.Citando ainda o comentário feito em 2017 pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), para quem a sentença de Moro foi “irrepreensível”, o defensor disse que o processo todo “foi uma farsa, comandada por um grupo de juízes determinados a destruir Lula como candidato”.
Em maio, o comitê da ONU rejeitou o pedido cautelar da defesa para que o ex-presidente fosse solto no Brasil, mas disse que continuaria a avaliar a admissibilidade e seu mérito. A própria comissão, no entanto, avisou que dificilmente teria uma posição final antes do final do pleito eleitoral deste ano.
Robertson disse que o órgão das Nações Unidas recomendou ao Brasil que não tomasse “nenhuma atitude para frustrar o caso ou tornar a decisão do comitê inútil”. À ONU, o governo brasileiro negou que o ex-presidente sofra perseguição política.