Em festival de cinema, Cármen cita democracia e cultura sem “algemas”
Ministra do STF Cármen Lúcia discursou durante a abertura do 57º Festival de Brasília. Evento ocorre até o dia 7/12
atualizado
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Durante a abertura da 4ª Conferência Audiovisual do 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia discursou em defesa da democracia e da sua relação com a cultura.
“A cultura não permite grilhões, não permite algemas. Ela não permite que se descumpra a Constituição em um país democrático”, disse a ministra.
“Você pode fraudar ou alguém pode fraudar uma pessoa ou até mesmo um grupo de pessoas. Mas não se frauda um povo inteiro. Não se consegue cometer qualquer tipo de deslegitimação quando há a força legitimadora de uma cultura popular”, completou.
Ainda durante a fala, Cármen Lúcia falou sobre como a democracia é construída culturalmente e reagiu à comparação da Justiça brasileira com a de outros países.
“Em tal lugar a pessoa mesmo presa pode ser candidato’, nós dizemos: no Brasil não pode. Porque o povo brasileiro foi às ruas, fez um projeto de lei e mandou para o Congresso, que votou por unanimidade a Lei da Ficha Limpa, que diz que quem for condenado não pode ser elegível. Ponto. Simples assim. Não foi um juiz ou uma juíza. Foi, literalmente neste caso, a ideia de justiça que um povo construiu e exerceu seu direito, soberanamente.”
57ª Festival de Brasília
O Festival de Brasília celebra 59 anos em 2024 e não foi realizado em apenas dois momentos desde a sua criação: na ditadura militar da década de 60 e em 2020, com a Covid-19.
Entre 30 de novembro e 7 de dezembro de 2024, o festival tem em cartaz no Cine Brasília e em outras Regiões Administrativas (RAs) produções do cinema nacional.