Em dia de Copom, Lula volta a criticar Campos Neto e juros
“Esse rapaz que está no Banco Central, me parece, não entende de Brasil”, disse Lula a correspondentes internacionais
atualizado
Compartilhar notícia
Durante o café da manhã com correspondentes internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a atual da taxa Selic, que está em 13,75%. A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza o percentual ainda nesta quarta.
O Copom, que integra o Banco Central (BC), iniciou a primeira reunião do segundo semestre na terça (1º/8), com encerramento previsto para esta quarta-feira (2/8).
O mercado espera que o colegiado reduza a taxa básica de juros, a Selic. A dúvida, no entanto, é se o índice cairá 0,25 ou 0,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a falar em queda de 0,75 ponto percentual.
“O Brasil tem hoje a inflação caindo e os juros subindo. Quando a inflação cai e os juros não caem, significa que aumenta a taxa de juros, e o Brasil tem hoje a maior taxa de juros real do mundo. Sem nenhuma explicação. Um país do tamanho do Brasil, com inflação de 4% […]”, considerou Lula.
“Acontece que esse rapaz que está no Banco Central [Campo Neto], me parece, não sei o que ele tem, mas ele não entende de Brasil e não entende de povo. Não sei a quem ele está servindo. Aos interesses do Brasil que não é. A lógica pela qual foi aprovada a autonomia do Banco Central também não é!”, salientou Lula.
O presidente disse que, mesmo com o impeditivo do chefe da autoridade monetária, está otimista com o crescimento do país. “Nós vamos continuar crescendo mesmo assim. Essa vai ser a boa surpresa, nós vamos continuar crescendo mesmo assim. Por isso, eu estou tranquilo”, pontuou.
Nova reunião do Copom
O Copom é composto pelo presidente do Banco Central, atualmente Roberto Campos Neto, e pelos demais diretores da autoridade monetária.
A expectativa geral, por ora, é que o Copom reduza a taxa Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião de agosto. Se confirmada, a diminuição seria a primeira desde junho de 2019.
Entretanto, tanto um corte acima do esperado (de 0,50 p.p., por exemplo) quanto uma manutenção da taxa não estão descartados.
O governo vem pressionando desde o começo do ano para que o BC inicie um ciclo de cortes na taxa de juros, argumentando que houve queda na inflação deste ano.