Em delação, Eike conta que manipulava mercado com ajuda de bancos
Empresário informou que irregularidades de cerca de US$ 1 bi (pouco mais de R$ 5 bi) ocorreram durante longo período de tempo
atualizado
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O empresário Eike Batista detalhou, durante delação realizada nessa segunda-feira (23/03), operações irregulares de cerca de US$ 1 bilhão com bancos como JP Morgan, Goldman Sachs, BTG Pactual, ItaúBBA, Morgan Stanley e Credit Suisse. As informações são do jornal O Globo.
Eike informou que as irregularidades foram cometidas durante longo período. Por meio de P-notes, uma operação conhecida no mercado, o empresário comprava e vendia ações de seu grupo sem identificação. Desta forma, ficava mais fácil fraudar e manipular o mercado.
O milionário contou aos procuradores apenas os nomes dos diretores envolvidos no esquema que participavam das operações. Ele também informou apenas as operações das quais participou ou autorizou. Os procuradores suspeitam de que executivos próximos de Eike Batista fizeram operações com as P-notes para benefício próprio.
Em nota, o Itaú alegou que não teve acesso a qualquer informação que trate de suposta delação premiada do empresário nem foi notificado por qualquer autoridade sobre o tema. “O banco enfatiza que todas as operações que realiza, seja no mercado de capitais ou no mercado de crédito, seguem os mais altos padrões de governança corporativa e são supervisionadas pelas autoridades competentes.”
Ainda de acordo com a instituição financeira, as operações são reportadas para as autoridades quando necessário. “Especialmente, o tipo de operação que, segundo a imprensa, foi mencionada na suposta delação (notas participativas ou “participation notes”), além de ser um produto financeiro comum, foi publicamente informada ao mercado todo de forma abrangente, por meio de Comunicados ao Mercado”, afirmou o Itaú.