Em defesa no Conselho de Ética, Zambelli alega “machismo” de deputados
A deputada Carla Zambelli é acusada de ter mandado o deputado Duarte Jr. “tomar no c*” em abril deste ano. Ela nega
atualizado
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A deputada Carla Zambelli (PL-SP) apresentou sua defesa ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2/8). A parlamentar é acusada de, em 11 de abril, durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública com participação de Flávio Dino, ministro da Justiça, ter mandado o deputado Duarte Jr. “tomar no cu”. Ela nega.
Outros oito deputados estão pauta de denúncias do colegiado. Zambelli foi a primeira parlamentar desta legislatura a ser representada no Conselho de Ética.
Segundo a deputada, ela foi alvo de “machismo” e pede arquivamento do caso por “falta de justa causa”:
“Não há elementos no processo que eu tenha ofendido o deputado. A única palavra que aparece no vídeo é o tal do lugar que realmente eu falei e que eu me arrependo, sinceramente me arrependo, não farei mais, mas eu não estava mandando ele pra aquele lugar. Estava só dizendo: ‘Poxa, só agora só falta isso na minha vida’”, discursou Zambelli.
Ela disse que se sentiu desrespeitada. “Eles estavam me provocando e só a mim, mulher. Então, além de ser um extremo machismo na parte deles, eles me colocaram numa posição em que eu falo uma coisa, e ele diz que eu falei outra. Também colocaram uma pessoa para me filmar atrás de mim, para ver se eu falava uma coisa. Ou seja, criaram ali um um sistema pra ver se eu se eu reagia”, disse a deputada.
Relembre o caso:
Além da parlamentar, outros três colegas de partidos também são processados: Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e José Medeiros (PL-MT). O PL é legenda com mais deputados denunciados no colegiado. A comissão deve analisar a ação do partido que pede a perda de mandato de seis deputadas da esquerda que “xingaram” deputados de assassinos.
O Conselho de Ética foi criado em 2001 e é responsável por julgar casos de descumprimento de regras da Casa Baixa e instaurar procedimentos disciplinares, cuja penalidade pode chegar à perda de mandato. O colegiado conta com 21 membros e igual número de suplentes.
Entre as possíveis sanções que podem ser sugeridas pelo colegiado estão a censura verbal ou escrita, a suspensão do exercício por até seis meses e a cassação do mandato, o que deve ser referendado pelo plenário da casa.