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Em debate morno do PSDB, Leite e Doria são cobrados por voto em Bolsonaro

Sigla prometeu união; se derrotado nas prévias, o governador gaúcho diz que não pretende ser vice de outro tucano

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Eduardo Leite e João Doria
1 de 1 Eduardo Leite e João Doria - Foto: Divulgação

São Paulo – Em um debate com poucas caneladas, presidenciáveis do PSDB prometeram nesta terça-feira (19/10) se unir em torno de quem vencer as prévias do partido que vão escolher o candidato tucano à Presidência da República, para enfrentar Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os candidatos do PSDB são: João Doria, governador de São Paulo, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e Arthur Virgílio, ex-senador e ex-prefeito de Manaus.

Em um dos raros momentos de fustigação no evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico, no Rio de Janeiro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi questionado pelo ex-senador Arthur Virgílio, se ele teria vencido as eleições de 2018 sem ter declarado voto em Bolsonaro.

“Naquela eleição plebiscitária, me posicionei, declarei voto. O outro caminho era o PT que tinha quebrado o país”, afirmou Leite, que procurou mostrar divergências de Bolsonaro e chamou de “erro” ter votado no presidente.

“No primeiro turno, eu votei no Geraldo Alckmin. Fiz campanha com ele. No segundo turno, perdi votos por não ter feito adesão a Bolsonaro em estado onde ele ganhou no primeiro turno. Não vendo a alma para ganhar a eleição a qualquer custo”, alegou o governador gaúcho.

Leite também foi questionado pelo jornalista Cesar Felício, do Valor Econômico, sobre o assunto. “Não fui atrás dele para tirar foto. Não sabíamos que teria uma pandemia. Aí está o erro”, respondeu. “Eu apostava que no caminho as instituições freariam Bolsonaro. É grave o que ele faz. Foi um erro (apoiá-lo). Não há hipótese de apoiar candidatura de Bolsonaro em 2022”, acrescentou.

Doria acabou igualmente questionado pela jornalista Maria Cristina Fernandes se não caberia a ele fazer autocrítica por ter votado em Bolsonaro em 2018 e associado sua candidatura a ele no segundo turno.

“Claro que é motivo de autocrítica. Em relação ao presidente Bolsonaro, eu errei como o Eduardo errou. Aliás, 65% da população errou. Não tenho compromisso com erro. Nossa posição é em defesa da democracia e das liberdades”, afirmou Doria, que chamou o governo Bolsonaro de “genocida” no debate.

Trégua combinada

Foi uma escolha estratégica das campanhas do governador de São Paulo, João Doria, e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não trocarem farpas no debate. Antes da partida para o Rio de Janeiro, Doria ligou para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para supostamente se aconselhar.

Ouviu a sugestão para que tivesse uma “postura propositiva” e mostrasse seus feitos em São Paulo. Foi o que Doria tentou fazer, enumerando cifras de gastos públicos quando respondia a Virgílio e Leite, e citando suas iniciativas no governo estadual.

Leite também aproveitou para citar seus números à frente do governo estadual, prometendo fazer campanha por Doria ou Virgílio, caso seja derrotado nas prévias, mas declarou que não aceitaria ser vice-candidato de nenhum dos dois.

“Não faz sentido para mim. Se não for para ser líder de projeto, vou ajudar entregando santinho. Se eu perder, vou estar ao lado deles, mas não como candidato a vice”, afirmou Leite.

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