Em debate informal e atrapalhado, Bruno Covas é atacado e nanicos brilham
Joice Hasselmann afagou gato e contou como foi vítima do machismo bolsonarista, e Arthur do Val se uniu ao PSTU em críticas a Boulos
atualizado
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São Paulo – Em clima descontraído, os candidatos à Prefeitura de São Paulo debateram questões trazidas por estudantes universitários nesta quinta-feira (29/10). Não compareceram ao debate apenas os líderes da corrida eleitoral, Bruno Covas (PSDB) e Celso Russomanno (Republicanos).
O encontro virtual foi organizado pelo Universidade Vai Às Urnas, organização que reúne 13 entidades estudantis da cidade de São Paulo, e mediado pelo jornalista Fábio Pannunzio.
Como em outros debates com a ausência de Bruno Covas (PSDB), o atual prefeito foi o alvo preferencial de todos os demais. Márcio França (PSB) criticou a quantidade de cargos comissionados mantidos pela prefeitura, criando espaço para apresentar seu plano de corte de 99% destes cargos. Jilmar Tatto (PT) criticou a redução de linhas de ônibus e o corte de direitos na mobilidade.
“Se o Covas for eleito prefeito, a gente tem uma grande possibilidade de ele querer sair para governador, e o nosso prefeito será o vice dele, o Ricardo Nunes. E o Ricardo Nunes está envolvido num escândalo de corrupção envolvendo organizações sociais“, disse Arthur do Val (Patriota), propondo uma revisão dos convênios das organizações sociais.
Na área da segurança pública, Guilherme Boulos (PSol) e Joice Hasselmann (PSL) demonstraram parte de suas divergências ideológicas. A candidata do PSL defende uma guarda civil metropolitana “fortemente armada”, que defenda “os direitos humanos dos cidadãos de bem”. O socialista critica essa visão, propondo uma abordagem comunitária e preventiva. “Joice, você saiu do gabinete do ódio, mas o ódio não saiu de você”, afirmou Boulos.
Hasselmann também aproveitou diversos momentos para contar sobre sua ruptura com o bolsonarismo. “Eu mordi a língua, antes eu achava cafona essa história de machismo e feminismo, até sofrer o machismo da máquina pública, de três irmãos psicopatas”, disse a candidata do PSL, se referindo aos filhos de Jair Bolsonaro.
Em arranjo irônico, o candidato Guilherme Boulos foi atacado por Arthur do Val, candidato de direita liberal e conservadora, e por Vera Lúcia (PSTU), candidata marxista-trotskista. Dizendo que o município não tem orçamento, Arthur do Val afirmou que Guilherme Boulos mente com números e tem projetos irrealizáveis. Saindo mais cedo, deixou seu espaço para Vera Lúcia, “porque ela não teve a oportunidade de participar da maioria dos debates”. Referenciando reportagem do Metrópoles, Vera disse que o candidato repete os erros de Lula (PT) ao travar diálogo com empresários.
Trapalhadas
Informal, o debate teve uma série de problemas técnicos, superados com humor pelos participantes. “Pannunzio, seu microfone tá desligado! Você tá no mudo, Pannunzio”, foi uma intervenção constante.
Joice Hasselmann algumas vezes afagou Moustache, seu gato, o deixando de lado para dar um toque no colega Orlando Silva (PCdoB), que chegou atrasado. “Eu vou mandar um whatsapp para ele, para ele ficar esperto”, disse a deputada.
“Pannunzio, põe o Boulos para comentar as minhas propostas?”, pediu Arthur do Val sorrindo. “O Arthur do Val é apaixonado por mim”, respondeu Boulos.
O sorteio da ordem das respostas foi feito em paéeis dobrados dentro de um copo. “Estão falando que é marmelada, e não é marmelada, não”, disse Guilherme Alferes, um dos universitários da organização.
Ao final, os participantes concluíram que o saldo foi positivo, apesar das adversidades. “É possível, sim, reunir essa galera toda para discutir. É por conta da impossibilidade do debate que acontece o fenômeno que vemos hoje de desconstrução da realidade. As melhores opções entre todos os candidatos com certeza participou da reunião de hoje”, declarou Fábio Pannunzio.
