metropoles.com

Em Curitiba, eleitor de Bolsonaro lucra com apoiadores de Lula

Eduardo Maciel estava desempregado até a chegada do acampamento “Lula Livre”. Agora ele montou um negócio e presta serviços aos petistas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
pf2WhatsApp Image 2018-04-08 at 12.38.33
1 de 1 pf2WhatsApp Image 2018-04-08 at 12.38.33 - Foto: null

Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (condenado e preso na Operação Lava Jato) chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba, no sábado passado (7/4), a vida do desempregado Eduardo Maciel, 20 anos, mudou drasticamente. Morador do pacato bairro Santa Cândida, na Zona Norte de Curitiba, há oito meses, ele e sua família (pai, mãe e três irmãos) viram na montagem do acampamento “Lula Livre” uma oportunidade de negócios.

Uma placa na porta da casa explica o empreendimento: “Número 1 – R$ 2, número 2 – R$ 3, Banho: R$ 4, carregamento de celular – R$ 2”. “Faturamos entre R$ 300 e R$ 400 por dia”, disse ele à reportagem, enquanto organizava a fila do banho. Eleitor declarado do deputado Jair Bolsonaro, Maciel não se furta de falar de política com os militantes petistas que chegam em busca de algum alívio – ou higiene.

“Voto no Bolsonaro. Vi os vídeos dele e gostei. Se o Lula está preso, não é por acaso”, afirmou o jovem, enquanto os integrantes da fila olhavam com reprovação.

Na esquina de cima, o aposentado Atahyde Carlos da Silveira, 59, morador do bairro há 25 anos e eleitor de Lula e Dilma, reclama da “vigília”. “Minha vida virou de pernas para o ar. Nossa liberdade de ir e vir está comprometida. Nem o carteiro consegue chegar mais aqui. Tenho que andar com comprovante de residência e não posso mais chamar convidados”, disse ele. Do dia para a noite (literalmente), cerca de 500 manifestante segundo a Polícia Militar (os organizadores falam em mil pessoas) se espalharam pelas ruas no entorno da Polícia Federal.

A estrutura de funcionamento é a mesma dos acampamentos recém-criados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): há uma organização rigorosa, com divisão de trabalho, provisões de alimentação e água, estrutura temporária de moradia (barracas de lona improvisada e de camping).

Disciplina”
Em vez de ocupar uma área rural verde ou de pastagem, está montada em pleno bairro residencial, de ruas planejadas com asfalto, calçadas de grama e ladeiras íngremes. No lugar, também funcionam uma subsede do PT nacional. “Sei que não é confortável abrir a porta de casa e ver isso. Mas estamos fazendo tudo com muita disciplina e respeito. Enquanto Lula estiver aqui, ficaremos. Esse é o nosso local de resistência”, disse a professora Vanda Santana, 49, integrante da executiva do PT-PR e uma das coordenadoras do acampamento.

Segundo conta a docente, alguns moradores inicialmente avessos à vigília acabaram se envolvendo e abrindo suas casas para os militantes usarem o banheiro e tomar água. Um dos proprietários fez um pacto: liberou a água, mas depois que a coordenação aceitou pagar sua conta.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?