metropoles.com

Em cúpula, Lula critica a ONU: “Precisa voltar a ter força política”

Lula fez um discurso duro na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, e bateu também no Banco Mundial e no FMI

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ricardo Stuckert/PR
Imagem colorida mostra Lula na Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Lula na Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em seu discurso na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, que reúne chefes de Estado de todo o mundo em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou nem a Organização das Nações Unidas (ONU). Ao falar de preservação da Amazônia e a situação dos pobres no mundo, o petista afirmou que o órgão “precisa voltar a ter representatividade”.

Não é a primeira vez que o presidente brasileiro volta seu discurso contra a ONU. No G7, no Japão, em maio, Lula pediu reforma no Conselho de Segurança na ONU. Em abril, em visita à Espanha, o mandatário criticou o papel do órgão na resolução do conflito entre Rússia e Ucrânia.

“É importante que a gente tenha noção de que a gente não pode continuar com as instituições funcionando de maneira equivocada. Mesmo o Conselho Nacional de Segurança da ONU. Os membros permanentes não representam mais a realidade política de 2023. Se representava em 1945, em 2023 é preciso mudar. A ONU precisa voltar a ter representatividade. A ter força política”, afirmou Lula na manhã desta sexta-feira (23/6), para líderes do mundo inteiro.

Na opinião de Lula, falta a prática dos compromissos feitos entre nações, o que demonstra a falta de força da ONU. “Vamos ser francos:. quem é que cumpriu o Protocolo de Kyoto? A Cop15 em Copenhagen? O acordo de paris? Não se cumpre porque não tem uma governança mundial com força para decidir as coisas e a gente cumprir”, disparou Lula.

“Se cada um de nós sair de uma COP e voltar para aprovar as coisas dentro do nosso Estado Nacional, nós não iremos aprovar. Então é preciso ter clareza que se nós não mudarmos as instituições, o mundo vai continuar o mesmo. Quem é rico vai continuar rico, quem é pobre vai continuar pobre. É assim. E falo isso com pesar”.

Crítica também a instituições financeiras

Lula continuou suas críticas às instituições financeiras mundiais, especificamente o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Na opinião do presidente brasileiro, os dois órgãos deixam “muito a desejar naquilo que o mundo aspira” deles.

“Muitas vezes os bancos emprestam dinheiro e o dinheiro emprestado é o resultado da falência do Estado”, apontou.

E citou o exemplo da Argentina. “Da forma mais irresponsável do mundo, o FMI emprestou 44 bilhões de dólares para um senhor que era presidente [referindo-se ao ex-presidente argentino Mauricio Macri]. Não se sabe o que ele fez com o dinheiro, e a Argentina está hoje em uma situação econômica muito difícil porque não tem dólar para pagar o FMI”, afirmou.

Lula vai se reunir com Alberto Fernandez, atual presidente argentino, na segunda-feira (26/6), em Brasília. Será o quinto encontro entre os dois desde janeiro e, mais uma vez, o assunto deve ser a crise financeira vivida pelo país vizinho.

A cúpula tem o objetivo de discutir o sistema financeiro internacional e a redução de desigualdades. Na ocasião, temas como o combate às mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente, provavelmente, serão abordados.

Agenda na Europa

O presidente Lula cumpre, nesta sexta (23/6), o seu último dia de agendas na Europa. Esta é a terceira viagem do petista ao continente no terceiro mandato, iniciado em janeiro.

Após a participação na cúpula econômica pela manhã, o mandatário brasileiro será recebido pelo presidente Emmanuel Macron, para um almoço de trabalho no Palácio Eliseu, residência oficial do líder francês em Paris.

Durante a tarde no horário local, ele tem um audiência com o presidente do Naval Group, Pierre-Eric Pommellet; e um encontro com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Depois, se reúne com o presidente da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso. À noite, ele será recebido pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud.

Lula desembarcou na França nessa quinta-feira (22/6). Em Paris, ele discursou em um festival de música e defendeu que países ricos financiem a preservação de florestas como a Amazônia. Nesta sexta, além da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, ele participou de uma reunião bilateral com o presidente francês Emmanuel Macron.

Antes de viajar para a França, o brasileiro esteve na Itália, onde se reuniu com lideranças locais, com o presidente do país, Sergio Mattarella, e com o Papa Francisco.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?