Em cruzada antiaborto, Sara Winter expõe nome de criança vítima de estupro
Apesar de restrições impostas pela Justiça, extremista Sara Giromini usou redes sociais para politizar tragédia de criança abusada pelo tio
atualizado
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Nova polêmica envolvendo a extremista Sara “Winter” Giromini, que esteve presa entre 15 e 24 de junho deste ano e cumpre uma série de medidas restritivas impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ela se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais neste domingo (16/8) ao se envolver no caso da criança de 10 anos que teve a interrupção da gravidez autorizada pela Justiça.
Desrespeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante direito irrestrito ao anonimato para menores vítimas de violência, Giromini divulgou um vídeo no qual expõe o nome da criança.
A extremista teve a conta no Twitter bloqueada por ordem de Moraes, em decisão que atingiu outros influenciadores bolsonaristas, mas criou um perfil alternativo na plataforma.
Nesse perfil alternativo, ela informou ainda o endereço do hospital onde o procedimento seria realizado. Neste domingo, dezenas de pessoas cercaram a unidade, assediaram as equipes médicas e a própria vítima e chegaram a tentar invadir o prédio. A polícia teve que intervir, mas a confusão segue noite adentro.
O caso
A menina morava com familiares em São Mateus, norte do Espírito Santo. Após um exame apontar a gravidez, a polícia foi acionada e a vítima relatou quatro anos de abusos e ameaças por parte do tio, caso ela contasse a alguém o que sofria.
O suspeito é um homem de 33 anos, que está sendo procurado, mas não teve a identidade divulgada.
A interrupção da gravidez foi autorizada, nessa sexta-feira (14/8), pelo juiz Antônio Moreira Fernades, da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus. Uma primeira tentativa de interromper a gravidez não ocorreu no Espírito Santo, no sábado (15/8), porque a equipe médica se negou alegando questões técnicas.
Segundo os grupos antiaborto, dos quais Sara Winter diz ser uma representante, a gravidez já tem mais de 22 semanas, limite legal para o aborto mesmo em caso de estupro. Essa informação não foi confirmada pela Justiça, pois o caso corre em sigilo garantido pelo ECA – e ferido por Sara Giromini.