Em comunidade yanomami, garimpeiros atiram contra policiais federais
Os agentes estavam no local apurando o ataque ocorrido contra os indígenas nessa segunda-feira, quando foram surpreendidos
atualizado
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Depois do ataque de garimpeiros em que tiros foram disparados contra idígenas da comunidade do Palimiú, na Terra Yanomami, nessa segunda-feira (10/5), a Polícia Federal interveio e também foi alvo de disparos.
Nesta terça-feira (11/5), os policiais estavam na comunidade dando inicio às investigações sobre o ataque dessa segunda, quando garimpeiros passaram em barcos pelo Rio Uraricoera e voltaram a atirar. Os agentes da PF revidaram, mas não houve registro de atingidos de nenhum dos lados.
O ataque aos yanomami foi registrado em vídeo compartilhado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e que mostra o momento em que tiros são disparados contra a comunidade do Palimiú, localizada em Alto Alegre, em Roraima.
Mulheres e crianças que estão no local correm para se proteger. Não há informações sobre o momento exato em que as imagens foram registradas.
Assista:
No momento do confronto, três garimpeiros morreram e quatro ficaram feridos, segundo o presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuanna (Condisi-Y), Junior Hekurari Yanomami. Um indígena também ficou ferido com um tiro na cabeça, mas sobreviveu.
No entanto, após o retorno da equipe de policiais, a PF informou que não foram encontrados corpos de garimpeiros mortos no local. Conforme a corporação apurou, um indígena foi atingido de raspão, sem gravidade.
Ataque
Ainda na tarde de segunda, o presidente do Condisi-Y foi até a comunidade para acompanhar a situação de perto. O relato é que os indígenas foram atacados após apreenderem materiais que seriam destinados ao garimpo. A Polícia Federal investiga o caso.
Junior Hekurari afirma que o local é passagem de garimpeiros, “onde levam gasolina e alimentam todos os locais dos garimpos”.
A comunidade fica às margens do rio Uraricoera, trajeto usado pelos invasores para chegar até os acampamentos no meio da floresta.
Hekurari relatou que encontrou cartuchos de espingardas calibres 12, 28 e 20, além de munições deflagradas de fuzis e de pistolas. Dois quadriciclos foram apreendidos pelos indígenas. “Está um clima tenso, estão com muito medo. Não sei como vai ficar hoje. Todos estão com medo. Homens vão fazer o possível para manter a segurança deles”.
Ainda de acordo com Hekurari, os corpos foram levados pelos próprios garimpeiros. Um dos invasores foi deixado para trás pelo grupo e acabou detido pelos indígenas. O homem foi retirado da região pelo Condisi-Y e entregue à PF e à Funai, em Boa Vista.