Em começo de ano eleitoral, Lula terá dois dias de agenda no Nordeste
Lula havia se comprometido com um “giro pelo Brasil” em 2024 e aproveitará para reforçar os laços políticos antes das eleições municipais
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dedicará dois dias desta semana apenas para agendas na Região Nordeste. Na quinta-feira (18/1) e sexta-feira (19/1), o chefe do Executivo participará de quatro eventos nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Ceará.
Os compromissos de Lula na região começam às 10h, na quinta, em Salvador (BA). Na ocasião, o petista assinará um acordo de parceria para implementação do Centro Tecnológico Aeroespacial da Bahia (Senai-Cimatec).
Às 13h, estava previsto para o presidente inaugurar a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Paulo Afonso (BA), mas a agenda foi suspensa por enquanto. Ficou mantida, no entanto, a ida a Ipojuca (PE), às 17h30, para visitar a refinaria Abreu e Lima.
Na sexta, o chefe do Executivo atenderá a cerimônia de troca do comando militar do Nordeste, em Abreu e Lima (PE). Depois, partirá para Fortaleza (CE), para o lançamento do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na capital.
Giro pelo Brasil
A viagem ao Nordeste vai de encontro a uma promessa de Lula no ano passado, quando estabeleceu a meta de “viajar o Brasil” em 2024.
“Ano que vem, eu quero viajar o Brasil, visitar as obras de infraestrutura, educação, saúde e conversar com o povo sobre o futuro desse país, assumimos o compromisso de tirar o país da letargia que estava antes das eleições, estamos apenas começando”, afirmou a ministros em novembro de 2023.
Além de fiscalizar obras, o presidente poderá aproveitar as viagens para se aproximar tanto de agentes políticos quanto dos eleitores, em ano de pleito municipal.
Essas agendas são relevantes porque o PT ainda não consolidou nomes competitivos em grandes colegiados, como no caso de São Paulo. A ideia, então, é compor chapas com aliados estratégicos, como ocorre com o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato na capital paulista, e a ex-prefeita Marta Suplicy.
Nos últimos meses, o chefe do Executivo participou de maneira ativa para articular a volta de Marta ao PT, e a recebeu no Planalto na última semana, para finalizar as negociações.
O petista se dispôs a ser um “bom cabo eleitoral” e promoveu a conciliação entre partidos para aumentar as chances de candidatos eleitos. Ele tem usado de exemplo a chapa dele com o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), em 2022, para encorajar as composições.
Entre os discursos de tom eleitoral, Lula tem pautado a conversa com o eleitorado evangélico e como cativar os jovens e estudantes.
Estados sem visitas
Além de locais onde é bem eleito, como o Nordeste, o presidente precisará dispor esforços para viagens em estados que ainda não visitou neste mandato: Acre, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins.
Dessa lista, o primeiro a ser contemplado com uma ida de Lula deve ser Santa Catarina, chefiado por um governador bolsonarista, Jorginho Mello (PL). Há expectativa da participação do petista em uma “reinauguração” do Porto de Itajaí, em março.
Outro reduto bolsonarista mirado pelo chefe do Executivo é Minas Gerais, o segundo maior eleitorado do país, com 16 milhões eleitores registrados, atrás só de São Paulo, com 34,6 milhões de pessoas aptas a votar.
O estado mineiro é chefiado por Romeu Zema (Novo), que endossou a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) contra o petista em 2022. Além disso, o governador é cotado para disputar a Presidência em 2026, quando Bolsonaro ainda estará inelegível e Lula poderá tentar uma nova reeleição.