Em cerimônia, Aras diz que “não cabe ao MPF atacar a política”
O procurador-geral da República tomou posse por mais dois anos, nesta quinta, após a nomeação ser assinada pelo presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi oficialmente reconduzido ao cargo, no qual permanecerá por mais dois anos, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinar a nomeação, nesta quinta-feira (23/9). O ato deve ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (24/9). Durante a cerimônia de posse, o magistrado disse que “não cabe ao MPF atacar a política”.
“Não cabe ao MPF atacar passionalmente indivíduos, instituições, empresas ou mesmo a política. O enfrentamento à corrupção requer investigação e metodologia científica, pois sua finalidade não é destruir reputações, empresas nem carreiras, mas proteger bens jurídicos”, declarou.
Aras ainda pontuou que, “com tolerância e respeito às diferenças, talvez possamos conviver com maior harmonia e paz sociais”. A cerimônia foi conduzida por Bolsonaro, que cumpre isolamento no Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo federal participou do evento por videoconferência, mas não discursou.
“Buscamos a unidade institucional. O autocontrole coíbe eventual militância partidária e/ou ideológica que prejudique a imparcialidade. A autocontenção ainda favorece o discernimento entre o combate à criminalidade e os atos políticos. Quem não faz política faz guerra. Nós queremos paz e harmonia”, continuou.
Ao falar sobre os dois anos em que esteve à frente da PGR, Aras destacou sua atuação na defesa de “pautas democráticas” e dos “direitos e garantias fundamentais”.
Participaram da cerimônia de recondução na PGR, realizada em formato híbrido no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o advogado-geral da União, Bruno Bianco.
Indicação de Aras
Nas duas indicações, o presidente Jair Bolsonaro selecionou Aras fora da lista tríplice da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), tradição que vinha sendo adotada pelos presidentes da República desde 2003. O magistrado ocupa o posto desde setembro de 2019 e seu primeiro mandato vencia este mês.
A recondução de Aras para o próximo biênio (2022-2023) foi aprovada há um mês pelo Senado Federal, por 55 votos a favor, 10 contrários e uma abstenção, após indicação do chefe do Executivo.
Perfil
Nascido em Salvador, na Bahia, Antônio Augusto Brandão de Aras, de 62 anos, é doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em direito econômico pela Universidade Federal da Bahia e bacharel em direito pela Universidade Católica de Salvador. Aras ingressou no Ministério Público em 1987.