Em carta, presos oferecem R$ 10 mil a policiais em troca de celulares
Presos foram flagrados por corrupção ativa ao oferecerem suborno em presídio em Jataí (GO). Eles já cumprem pena por tráfico de drogas
atualizado
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Goiânia – Dois presos foram flagrados por prática de corrupção ativa depois de oferecerem R$ 10 mil de suborno para que policiais penais facilitassem a entrada de celulares na unidade prisional de Jataí, no sudoeste de Goiás, a 320 km de Goiânia. Em uma carta, os suspeitos ainda propuseram pagar R$ 1 mil por semana para que a entrada dos aparelhos fosse contínua.
De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciaria (DGAP), a carta foi entregue a um policial plantonista, na segunda-feira (17/1,) durante a escolta dos detentos para o atendimento médico realizado dentro do presídio. Um dos presos dobrou a carta e entregou para o policial, que não abriu o material e seguiu com a escolta.
“Rádios”
Depois de escoltar os detentos de volta para as celas, o policial entregou a carta ao coordenador da penitenciária, que, ao ler os pedidos dos presos, atribuiu o crime de corrupção ativa à dupla.
Em um trecho, os presos informaram que os “rádios”, palavra usada para se referir aos celulares, chegariam ao local e pediram que a entrada dos eletrônicos fosse facilitada. Em troca, o policial receberia R$ 10 mil e, se a liberação da entrada dos aparelhos continuasse, receberia R$ 1 mil por semana.
“Passo R$ 10 mil”
“Os rádios chegando hoje ou amanhã, já passo 10 mil, porque preciso do rádio pra baixar o aplicativo e ter acesso ao dinheiro. Pode ter certeza de que somente eu e o senhor vai [sic] estar sabendo, eu quero uma confiança da parte do senhor. Dando certo, o senhor pode ficar tranquilo que toda semana fechamos uma batida no valor de mil reais”, diz um trecho.
A DGAP informou que medidas cabíveis foram tomadas, e os presos, que cumprem pena por tráfico de drogas, foram encaminhados para a delegacia da cidade para as providências necessárias.
O Metrópoles não encontrou contato da defesa dos presos, já que os nomes deles não foram divulgados, mas o espaço segue aberto para manifestações.